quinta-feira, 10 de maio de 2012

EU NUNCA CONSEGUI FAZER UM POEMA PARA VIOLETA PARRA

Falou letras para descrevê-la
Que tal ficarmos apenas brincando de amar?
Ela sempre tomava banho frio
Dizia que era bom para a circulação sanguínea

Ora, meu amor,
Bom mesmo pra circulação sanguínea

[é permanecer vivo!

INDEFINIDO

Pequena estrela perambula
Pinta a poça d'água na calçada
Aqui, o trânsito é incerto

[indefinido

E estas ruas semelhantes não conseguem dizer nada

Passou um carro; outro carro
Duas amigas caminhando...
Um guardador que as observa
E eu continuo os observando...

[Outro carro; nada mais
Desta janela, todas as horas são iguais

E estou de novo
Em outro inevitável hoje
Entre esquinas e cometas, poetando
Um verso estúpido e romântico
Rabiscando xises por um mapa,
Procurando pelo trânsito um poema
Até a última palavra...