sábado, 31 de maio de 2008

O GATO


Lá no Zezinho, ontem, digo hoje, porque já era 4h30min da manhã e a galera toda filosofando ao redor da mesa carinhosamente posta pela Aninha. Sobre as definições que a mente cartesiana necessita fazer sobre coisas, seres, objetos, enfim... sobre a necessidade viciosa de substantivação das coisas pelo homem, na medida em que busca compreender o todo no mesmo momento em que não compreende a si próprio, surgiu o velho exemplo de uma questão singela, mas que dá base a discussões profundamente profundas, como diriam em Santa Rosa. Eis-la: O que é um gato?
Na tentativa de definir o que seria um gato, poderiam ser traçadas características fisiológicas próprias da espécie, atitudes pertinentes a seu comportamento, possibilidades e previsões. Mas, de fato, nunca se poderia dizer na plenitude o que é um gato, porque a resposta exata não existe. Não em forma de palavras! Ela simplesmente se manifesta na singela existência fática do bichano... A resposta é o próprio gato menos tudo o que se pensa!

***

Aí o pupilo solicitou ao mestre que o explicasse que raios vinha a ser um gato. O mestre, muito malucão, saiu com o aprendiz e catou um gato na rua. Chegaram à sala de pesquisas e ele anestesiou o bichano e, logo em seguida, passou a exumar o felino.
Arrancou e abriu-lhe a cabeça... partiu o ventre em dois... examinou a musculatura e o sistema nervoso... mexeu meticulosamente nos intestinos grosso e delgado... fuçou no sistema respiratório de modo que os pulmões ficassem em frangalhos... analisou cuidadosamente as funções das unhas e bigodes e pesquisou nos mínimos detalhes a estrutura óssea correspondente. Depois de horas de pesquisas, o mestre virou e perguntou pro aprendiz:
O que é que tu me perguntaste mesmo?

A LUZ DO POSTE


Ilusão mesmo é achar que o eu existe.
A vacuidade e a impermanência são grandes ensinamentos... Através deles podemos perceber que cada um é o outro refletido, como elos em correntes, onde a fragilidade de cada elo corresponde ao fracasso coletivo, onde os defeitos vistos nos outros são a própria manifestação de nossas maiores imperfeições contidas e que, quando se percebe que o corpo morre e, quando se vai ver, já não se há, que todas as coisas são fugazes, a começar pelo exato instante... Quando tudo isso começa a se tornar claro, a percepção de que é ilusão achar-se fora de um grande todo, dirigido por egos e poderes, por belezas e vaidades, se torna evidente.

***

A luz do poste não existe para iluminar a rua... Ela existe por si só, na soma de componentes químico-eletrônicos, seja lá o que for. Ela não quer nada... nem se preocupa com a destinação que a racionalidade humana lhe dá.
A luz existe para brilhar a sua luminiscência intrínseca.

INCOMUNICA-TRUMBICA



A vida, como grande brinquedo que é, sempre nos presenteia com surpresas e revelações. Nem questiono aqui se há coisas ruins ou boas, porque o mau e o bom são julgamentos pessoais e, muitas vezes, não alcançam a plenitude dos ensinamentos que a vida nos revela. E, também, dentro da tão limitada significância do eu e de seus julgamentos egocentristas, há vezes em que não entendemos as mensagens que a vida dá.

***

Ontem o Nelson falou que um sobrinho dele, de Uruguaiana, tinha um cachorro que falava. Eu perguntei Como assim, falava? Ele respondeu: Falava! Tu falavas com ele e ele falava. Eu até agora não entendi, juro. Me perdi na comunicação e fiquei em silêncio... não sei nem se acreditei ou não... Hoje em dia tudo é possível mesmo... O fato é que este episódio me fez lembrar de dois outros, que também existiram, de verdade, por uma incompreensão comunicativa.
O primeiro é do padre, lá de Salto do Lontra, que num sermão aos fiéis da comunidade, falou: Quem não tem pecado que atire a primeira pedra!
De repente, da esquerda para a direita, em alta velocidade, meio tijolo de quatro furos acertou sua orelha com tal violência que ele caiu sentado. Socorrido pelos coroinhas, o padre levantou e viu o seu Bonifácio, um membro das antigas e que lançara a pedra contra o ilustre vigário. O padre, ainda desacreditado, mirou seu Bonifácio e falou: Seu Bonifácio, o que é isso? Vai me dizer que o senhor nunca errou na vida?
O seu Bonifácio respondeu: Dessa distância nunca!

***

O outro causo aconteceu em Uruguaiana mesmo. O guri, voltando de um passeio por Pelotas, chegou na fazenda do pai, um gaudério bonachão que só usava bombacha larga e facão de três listras na cintura. Era verão, e numa tarde quente o filho resolveu tirar a camisa. Para a surpresa do pai-gaúcho, o guri havia colocado um piercing na mamica direita.
O quiéqui é isso aí ô piá-de-merda?
É um pircin pai!
Pircin?
É!
Pega esse pircin e enfia no cú! - disse o velho.
E o guri foi lá e colocou o brinco no ânus.

É a máxima do Chacrinha, ou Chacrinismo, um movimento iniciado no século XIX e que outra hora explico melhor.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

NOS CONFINS

Quero deixar claro que nunca achei a Xuxa a Rainha das Crianças... nem dos Baixinhos...
Acho estúpida essa mania da TV criar super-ídolos. Mas mais estúpida é uma sociedade que não consegue conservar a cultura de não-massificação, a nobreza das histórias e dos sons, e permite que a maioria dos seus elementos caia na malha da idiotice. Na verdade o interesse do sistema está bem aí: manter a prole dos consumidores hipnotizados. Pra ele, o sistema, é legal ter reis... Pra mim, não.
Aqui, nestes confins, o rei nunca passou. Que dirá a Xuxa...

segunda-feira, 26 de maio de 2008

AS LARANJAS DA VÓ DE SANTA ROSA


Eu tava de bangu semana passada e resolvi dar um pulo a Santa Rosa, visitar minhas origens. Um amigo meu me disse que Santa Rosa é a capital do mundo. Eu perguntei por que, e ele me respondeu, trazendo a solução sempre de pronto, na meada do seu raciocínio lógico: Qual é o futuro do mundo? As crianças! Quem é a rainha das crianças? A Xuxa! E onde nasceu a Xuxa? Santa Rosa!
Bom... Depois desta convincente explicação, cheguei. Santa Rosa já era pequena quando fui embora, agora parece menor ainda. Perdi todas as referências da minha antiga Santa Rosa e, nas ruas, não conheço mais ninguém. Aqui descobri que virei pelotense de vez. Ao menos por enquanto.
***
Mas o fato é que em Santa Rosa tem a maior concentração de idosos por centímetro quadrado... Ao menos é o que percebi. Minha mãe coordena um grupo de terceira idade aqui, tem dois programas de rádio... funciona, a velha. Então os coroas, por assim dizer, rodeiam ela de manhã à noite.
Tem uma velha aqui, esqueci o nome agora, que come como o 19º Batalhão (depois da saída de campo, acrescente). A cada 5 minutos tem que estar mastigando algo. É meio surda e a metade de audição que ela perdeu ganhou em curiosidade. Uma tarde dessas ela foi pro centro, perto do meio-dia, pegar a pensão dela na Caxa Econóómica, como ela mesmo diz. No caminho, ela passou pelo puteiro da Iara, que tava reabrindo as portas e credenciando as chinas que queriam trabalhar. Na frente do Vermelhus 27 tinha uma fila de polaca que dobrava a esquina, e a velha, muito curiosa, chegou pra puta que findava a fila e perguntou:
Minha filha, mescuita, pra quê essa fila compriida?
A puta, envergonhada, não soube o que responder. Deu uma gaguejada e falou: É pra pegar laranja numa árvore ali atrás, vovó.
A velha, que além de curiosa, faminta e mão-de-vaca adorava uma fila, achou uma boa ficar ali e pegar umas laranjas de grátis, como dizem em Santa Rosa.
Só que a tia Iara foi entrevistando as gurias todas até que entrou a velha na sala dela. A Iara, que em 55 anos de putaria nunca tinha visto uma candidata tão velha, foi logo perguntando:
Vovó... a senhora aqui? Mas a senhora ainda trepa, vovó?
Nóm... trepar eu nóm trepo mais, mais eu chupo que é uma barbaridade...

Juro por deus.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

PALAVRAS PERFEITAS

Lua Nova e eu tentando te desenhar
Tracei estrelas pra ligar os pontos
Diadema de cometas pra te enfeitar
E te dei brincos de planetas para andar
No espaço da madrugada
E encontrar
Na noite o teu endereço
Te encontrar
No espaço da madrugada
Para andar
De noite em teu endereço

Joguei pedras pra janela te acordar
Fiz escada com meu pensamento
Rapunzel me dá tuas tranças para morar
E teu sorriso de alimento pra ficar
Vivendo em Copacabana
E brincar
No teu castelo de areia
Pra ficar
No teu castelo de areia
E brincar
Vivendo em Copacabana

O Nena, o Nena, o Nena
Já é dia vem me dar um beijo
O Nena, o Nena, o Nena
Vem mimar o meu cabelo que eu deixo
De ser um conto de fadas
Que eu deixo
Seres conto de fadas

Dois chinelos da Bahia pra caminhar
Dei mil voltas na tua rua escura
Fiz um mapa do teu corpo pra decifrar
O caminho pro teu peito
Pinta aí
Vem colorir minha vida
Fala aí
As três palavras perfeitas
Pinta aí
As três palavras perfeitas
Fala aí
Pra colorir minha vida.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A GRANDE MATEMÁTICA


A grande matemática age, é assim
Que graça tem o jogo que não tem fim?

sexta-feira, 16 de maio de 2008

PROGRAMA DE ÍNDIO

O Caboclo contou pros guris e eu acho até que é verdade. Já aviso aqui, a vossa estimada senhoria, que este pequeno conto tem cunho... eu não diria erótico... diria bagaceira, porque a palavra só é feia por culpa da mente demente... pra mim, segue sempre palavra, em sua formalização ortográfica, substantivo simples, no caso da palavra pau.
Mas o fato é que um índio, em passagem de viagem pela cidade de Pelotas, chegou numa festa muito louca que rolava ali nas bandas do Porto. Todo mundo bebum, chapado... o exagero foi imenso que o índio voltou só de manhã pra casa. No caminho, ainda louco, encontrou o Jorge, que ia pro escritório.
E aí, índio, como é que estava a festa?
Bah, uma loucura que só, branco. E me chapei... todo mundo louco... eu e a mina naquele amasso. A mina chupando meu pau, eu chupando o pau da mina... era aquela putaria...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O OUTRO LADO DA PALAVRA


O OUTRO LADO DA PALAVRA é um livro-caixa que saiu de mim. Você não encontra em lugar algum, exceto comigo e com algumas pessoas que amo. Se vires um por aí, podes crer: esta pessoa o Duda ama.
Poemas soltos com artes próprias... Posto alguns no blog e finequa.

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

O OUTRO LADO DA PALAVRA

BEIJA-FLOR


Dentro da mata
abre-se uma flor
lembrei de você, beija-flor.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

NÃO FALEMOS DE FUTEBOL


Ô meu colorado
Perdeste e foste eliminado
Que ira...
Só medível com o amor que por ti tenho...

Essa cambada de perna-de-pau...
Que vontade de não dormir
Que raiva de rasgar o mundo
O pior é aguentar esses gremistas
Que já morreram há horas...

Foda-se tudo!
Vou fazer de conta
Que o futebol não existe...

FONDO


O ontem se escondeu no início do hoje
E se disfarçou de breves lembranças
Deixando de existir
Numa esquina do futuro.

O NÃO-SABER

Senhor Robertinho Moura?
Sim!
Muito prazer... sou Silvinho Azevedo, consultor de moda da Advanced Close.
Ah... muito prazer!
Sim... o prazer é todo seu... Assisti ao seu desfile no SPW.
Ah sim... e aí?
Achei um ultraje combinar gravata borboleta com camisa xadrez...
O quê? Me desculpe... então o senhor não entende nada de moda!
Como não!? Sou um consultor reconhecido internacionalmente... E posso lhe dizer que a tendência é chapéu Panamá e botas Choud Plangier.
Não mesmo!!! A tendência é gravata borboleta e camisa xadrez, seu ignorante!
O quê, seu réptil? Ignorante é você! A moda é Panamá e Plangier!
Borboleta e xadrez!
Panamá e Plangier!
Ôpa!!! colicenci... Meu nom é Zécarls e eu tô disimpregado! Podivê qui tô di pénichão... Queria sabê si os sinhô tem uma moedin pra midá?
Sai fora mendigo!
É... sai daqui, seu fedorento...

E o Zécarls saiu devagarinho, com aquela imensa sensação de liberdade que o não-saber proporciona. não tinha horário, não tinha certeza, não tinha respeito. Sequer tinha sobrenome, o Zécarls... Mas suas questões eram poucas, e isso o possibilitava ser pleno com suas esmolas.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

PROPERSI


Respondia com silêncio
Questionava com olhar
Dormia de olhos abertos
Ia às festas de chinelo
Ia às chinas de bouquet

Ria e espirrava alto
Sambava sem mexer pé
Mijava na pitangueira
Dava trocados pro Zé

Cantava sob o chuveiro
Comia alho no pão
Vestia jeans-camiseta
Compunha rimas tercetas
Ouvia disco do Jão

E quando morreu, tão moço
Levou consigo certezas
Convicções do que era
Detalhes de suas manias

E antes de entrar naquele
[túnel de luz
Olhou pra trás
E sem poder dizer nada
[sem ao menos saber quem realmente era
Sentiu que perdera tempo
Procurando por si.

MIN

Havia um tempo
Que já não havia
E que dormia escondido pelas sombras de outrora
Jazia fora
Por nuvens pretas
Que às lunetas, marcavam água
E se era agora
Já também não respondia
Pois era fria
Sua esperança...

Naquele dia
Não quisera nada
Nem um suspiro, quiçá poderia
Sair da cama
Era, sobretudo, árduo
Porque parecia que só era pouco
Quase um quase, nada

Mas aquela luz
Que entrava pelo buraquinho daquela janela
Se fizera bela
Como vida nova
Abriu um olho
Respirou manhã
E o seu filho se fizera estrada
Por onde, até hoje correm,
Todos os minutos
Da vã madrugada.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

POSITIVIZUM


Leva o pólen do teu sonho
Para a manhã que brilha
Deixa ser o teu perfume
O cheiro do ar da tarde...

Zunzunzum, que maravilha
Sentir que vivo
Que vivo
Vivo...

E a cada vôo
Dum dia novo
Carrego o pai
Carrego o filho
Porque sou elo
Entre o ontem e o agora
E que lá fora
São sempre flores...

MÁXIMO PODER


O Imperador bateu no Ministro que bateu no 1º Secretário que bateu no Chefe Departamental que bateu no Adjunto que bateu no Estagiário que bateu no Escravo que bateu no Cachorro que não bateu em ninguém...

FÉRIAS


Tempo... desapareça.

DUDÁRIO DE BORDO III

Acordei de cu-virado hoje! Decidi que este papo de DUDÁRIO DE BORDO é uma frescura, coisa de adolescente. Parei!
Em resumão, a viagem foi legal, o show foi legal, o mestre Batista foi fundamental. Alguns egos artísticos têm que ser trabalhados, mas não sou eu quem vai ensinar: é a vida. E pt saudações, como diria o velho João.
E se tu quisé, bixinho, conhecê a Bahia, ti vire e vai pra lá, que não sou eu quem vai te contar, seu priguiçoso da porra. Que hoji eu to arretado, vixemaria.

E viva o frio!

domingo, 4 de maio de 2008

DUDÁRIO DE BORDO II


Acordei às 3h30min. Ainda no hotel, tomei um banho hiperquente... Chovia e continuava frio... era só mais uma prévia do ciclone que se aproximava. Embarquei às 6h rumo a Salvador: subi no inverno, desci no verão.
A viagem foi tranqüila, mas não consegui dormir. Cheguei na Bahia às 9h40min com 32ºC e segui direto pro hotel, na rua Chile, no centro histórico da cidade. Larguei as coisas no quarto e fui dar uma banda, como diria o gaúcho.
A vista é linda e o mar cerca tudo o que vejo. O Pelourinho é aqui do lado... Nas ruas, o resquício da colônia de exploração: muita gente pobre (Salvador é cheia de favelas) e, na noite, os vendedores ambulantes agarram turistas lhes colocando colares e fitas do Senhor do Bonfim... Só ontem ganhei mais de dez... Comprei um pau-de-chuva e um tambor pro Johan, uma bolsa e umas sandálias de Salvador de Bahia só pra imitar o Drexler... Mas aqui o que mais se adquire é a cultura: a negritude é linda e forte... os orixás andam nas ruas e tu nunca sabes qual é real e qual é mitológico.
De tarde, tive o incomensurável privilégio de construir um sopapo com o mestre Batista (mestre Griô). Cara... não é pra qualquer um: eu, em Salvador, construindo sopapo com o mestre Griô. Ficamos até as 21h na função. Depois fomos jantar num lugarzinho simples, aqui pertinho, mas muito amoroso, com feijão delicioso e uma pimenta viraku. Depois do banho, fui tomar uma gelada na rua antes de dormir com os anjos. Passei pela praça do reggae, onde conheci algo muito estranho, que denominei de contra-racismo. É que depois do processo histórico de exclusão que os negros sofreram (e ainda sofrem), há lugares onde os brancos são mal-vistos. Eu cheguei na praça do reggae e o cara me disse: Pode entrar mas não vai pra lá. Eu perguntei porque e ele me respondeu que iriam me tirar tudo. Comprei uma cerveja e fiquei de canto, vendo a galera curtir. Excluído, pensei nos escravos... pensei nos crimes que fizemos contra uma raça tão linda que até hoje é explorada...
No fim daquele longo dia, no retorno do hotel, mais um ambulante me pegou. Me deixou uma fita e um colar e me levou os últimos 10 pilas que tinha. Era hora de voltar pro hotel e esticar o corpo.
Quando cheguei, o marzão da esquerda me fazia procurar a África. Agora sei que estou bem em cima dela.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

DUDÁRIO DE BORDO I

Chegamos a POA às 9h. Chovia fino, diferente da chuva de agora, que trouxe o frio a cada gota. Uma galera já embarcou rumo a Salvador... Eu embarco amanhã e agora aguardo no hall a segunda turma que viaja.
Dormi um pouco para permitir que minha alma encontrasse o corpo... parecem estar se acertando... A única parte do meu corpo que ainda reclama são os pés... sempre gelados e úmidos... Da alma, nenhum reclame, embora ela esteja alerta aos ensinamentos da humildade e da simplicidade.
Legal a forma como o Alexandre e o Caio trabalharam e viabilizaram tudo isso aqui... São guerreiraços e têm futuro certo na produção cultural: organizar uma viagem com grupo grande não é fácil... E ainda tem gente que ainda pergunta Quem vai me dar água no palco???
Édifis...

Bombas de amor... nossa missão é ser feliz!