sexta-feira, 28 de setembro de 2007

NÃO SOU NINGUÉM E NÃO SEI DE NADA

. (ou não)

NO MÍNIMO UMA MÁXIMA

Não há pessoa tão ruim que não tenha uma coisa boa pra mostrar como não há pessoa tão boa que não tenha um podre a esconder.

DEUS E O DIABO NA CALÇADA

Um homem-bomba detonou explosivos junto ao corpo, no Iraque, para atingir um quartel estadosunidense. Numa temática ocidental, louco era. Na ótica islã, santo. E entre um santo e um louco havia um oceano de diferenças históricas, políticas, geográficas, socioeconômicas etc. Mas, de certa forma, o louco e o santo eram a mesma pessoa, como o deus e o diabo também são na personificação de nosso caráter.

ESCRITÓRIO MESA 13

Pelotas é conhecida pelos seus doces e cafés. Doce eu adoro, principalmente os de chocolate. Café eu necessito, sou bem viciadinho... Culpa do Dico e do Caboclo, sempre. E aqui, na da esquina 22 (15 de Novembro com 7 de Setembro) tem um café conhecido em todo Brasil-mundo e que se chama Aquários. Dizem as bocas socialistas que, na época da escravatura (se ainda não a vivemos...), não era permitido a entrada de negros lá, então construíram a meia quadra dali um outro café: o Ponto Chic, onde os blackbrothers tinham passe livre e onde hoje é o escritório da Federação Galática. Lá nos reunimos toda tarde, na mesa 13 (número ultragalático). Muda os membros da diretoria, mas o encontro segue sagrado.
Ontem eu fui lá... reunião importante... Estávamos eu, o Caboclo e o Gottinari: chocolate quente, meia-taça de café e chá de camomila sobre a mesa e entrou o Mestre Batista, figura conhecidíssima em Pel, tio do Alexandre Mattos e um dos únicos construtores de sopapo do Brasil.
Mestre Batista, seu criado para serviços leves. Pra serviço pesado, sou carregador, mas só de recado. E não me dê muitos porque pesa...

Grande figura... carregador de recados...

domingo, 23 de setembro de 2007

SOLTANDO BORBOLETAS

Algumas palavras perdidas no ar
Que foram parar em um lugar discreto
[Com duas janelas e um mocó no teto
Na rua do silêncio, antes avenida

Peguei-as cerradas
Segurando pedras
Que se pegam, dóem
Ou caem no chão

Resolvi mexendo
A ordem dumas letras
Transformá-las pólen
Do que precisava

E abrindo a mão
Como quem solta uma borboleta
Larguei-as ao vento
Para vê-las voar
Rumo à velha casa.

CASA IMPORTADA

Era cinco-pras-seis da manhã. Levava o Dico, no Lua Galática, pra rodoviária e conversávamos sobre o mundo, sobre a humanidade... coisa assim, papo leve praquela hora da matina. O Dico, naquele jeito vitrola, questionava os interesses do outro em poder e grana.
Quequiqué? Acha que sucesso é ter carro importado, 'casa importada' (casa importada é o máximo)? Quequiqué?
Eu sorri... casa importada!!!

O sucesso não é ter grana! O sucesso é encontrar a paz no que a gente é.

RISOLENTO

Quem tem pressa não se diverte!

SEU WILMUT

O seu Wilmut era o alemão da padaria do Krolow. Ele existiu (e deve ainda existir, se a fila do destino ainda não andou pro seu lado) e essa história é real, juro, diferente de algumas outras que conto. E não é que eu minta, mas gosto de aumentar certas descrições e, às vezes, saio das molduras da veracidade.
Mas o seu Wilmut, como diria eu, estava trabalhando num sábado cedo, quando o destino me levara ao supermercado e, também, à sua padaria.
Bom-dia seu Wilmut?! O senhor tem algo só de queijo?
Só de quexo? Nom, só de quexo eu nom tenho nada!
Ah... que pena... E aqueles risoles ali, seu Wilmut, do quequeé?
Isto ali? É de quexo.
Então seu Wilmut? É o que eu quero!
Ahbon, é quieu pensei quitu quiria um troço todo de quexo assim por dentro e por fora, todo de quexo.
Ora, seu Wilmut... seu eu quisesse um troço todo de queijo por dentro e por fora eu comprava um queijo!

Como diz o velho deitado, pro bom entendedor, 50% queijo bastam.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

CEMITÉRIO VELHO

Túmulos sem nome
Carcomidos pelo tempo
E aquele ser? Por onde anda?
Deixou seus ossos, nunca mais voltou...

E deve estar andando por aí
Na leveza de sua não-carne
Na pressa dos espíritos
Na hora H do hólon novo...

Algumas letras e alguns números
Ainda se seguram
Na gélida lápide da lembrança cinza
Que também espera
Pela sua vez
[De ser esquecida.

sábado, 15 de setembro de 2007

JAZZ

No Iraque, só os mortos estão em paz.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

GENTE E FLORES

O Renan Calheiros acaba de não-ser cassado no Senado Federal e a política brasileira segue sendo piada no mundo todo. Fico pensando sobre o termo POLÍTICA, que vem do grego polis, que significa "cidade", portanto, POLÍTICA seria a ciência de administrar a pólis, a comunidade, a vida social. O que se discute no País não é política: é partidarismo. Esquecem, os engravatados do Aquário, que esquerdae direita são dois lados de um mesmo corpo, viciado pelas doenças egóicas humanas, pela sede de poder e pela ganância das moeda$. Se queremos nós falar de política, falemos do descaso com as ruas do Laranjal, com toneladas de peixes-lixo mortos em nossa praia sem nenhuma atitute do poder público, vergonhoso, que não se move nem para analisar a água da Lagoa... e muitos mais assuntos realmente comunitários, isso só falando em Pelotas, a Princesa fantasma.
Eu já decidi: não discuto mais "política". Discuto essência humana.

Precisamos ser gente que olhe pra flores e não pra siglas diretivas.

OVO NOUVIDO

Tens um ovo no ouvido?
Ãh?
Tu tens um ovo no ouvido?
Como é?
Te_ns_um_ovo_no_ouvido?
Como?
TU_TENS_UM_OVO_NO_OU_VI_DO?
Por favor, fala deste outro lado porque neste eu tenho um ovo.

sábado, 8 de setembro de 2007

UM POUCO ÍNDIO

Entrou apressado e jogou a porta pra trás. Caminhou rápido...
Depois de olhar rapidamente para mim, andou olhando para o chão. Até que se chegasse:
Tu conhece o Cláudio?
Que Cláudio?
O Cláudio, um assim, um pouco índio.

Mas quem não é um pouco índio no Brasil?

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

BILLY NUNCA DESMAMARÁ

Ele entrou no westbar com sua roupa de cowboy texano. Era observado por dezenas de outros cowboys texanos... chapéus, armas, charutos. O xerife estava sentado ao balcão... tomava um whisky sem gelo, que com o chapéu inclinado pra cima, na cabeça, mostrava que o serviço havia terminado naquele dia. "O serviço foi dormir com o sol", dizia ele. Era metido a filósofo, o xerife. Mas quando ele entrou tudo silenciou. Ele se aproximou do garçom, olhou com aquele olhar do Clint Eastwood, e falou, com sua voz rouca:
Um copinho de leite, por favor!!!

Mostrou a medida com o dedão e o indicador.

SENTIDOS VI: SEXTO

4D!!!

SENTIDOS V: PARADAR

gosto de gostos!!!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

UM POR TODOS E TODOS PORCADA

Sou um Porco Selvagem, com muito orgulho. Nunca escrevi nada sobre os Porcos Selvagens porque é inútil tentar: os Porcos são mais expressivos que quaisquer combinações de letras.
Somos a ONG (Ecológica) mais anárquica do mundo. Não temos estatuto, ata, presidente, nada... Somos uma diretoria de associados-colaboradores (não-pagantes e, às vezes, não-praticantes), todos guerreiros do bem. A sede da Porcos Selvagens é a única sede móvel do planeta: é os pensamentos de cada um. Enfim... levaria dias para resumir a essência dessa galera muito forte, ativa, que respeita e trabalha em grupo pela natureza e pelo bem-estar de cada outro Porco e da porcada em geral, mas vou começar aos poucos...
A gente veleja e rema... desce rios, atravessa lagoas... Minha mãe diz que eu tô sempre "procurando sarna pra me coçar". O pai dizia: "Procurando chifre em cabeça de cavalo". Concordo com os dois, mas a culpa toda é da porcada, sempre.
Uma vez descemos um pedaço do rio Camaquã. Chegamos numa localidade que não lembro o nome agora e tivemos que esperar um tempão o Nelsinho buscar a Verde que ficou estacionada rio acima, ainda em Cristal. Tínhamos passado dois dias e duas noites no mato e estávamos famintos. Paramos na beira d'água e ficamos fazendo campeonato de pedrinhas para que o tempo passasse mais rápido. Até que chegou uma menininha, dentro de seus 5 ou 6 anos, comendo um maravilhoso e saboroso pacote de bolachinha recheada sabor baunilha (nunca esquecerei aquela presença). A porcada parecia um bando de lobos olhando pras bolachinhas... nossa, como pareciam gostosas... e como babávamos.
A menina se aproximou e o Dico, vulgo Magali, cresceu o olho:
Guriazinha... ô guriazinha...
A guria quieta, quietinha...
Guriazinhaaaa... se o tio acertar uma pedrinha lá naquele pauzinho, a guriazinha dá uma bolachinha pro tio?
Como todos os porcos, a guriazinha ficou calada, com uma bolacha na boca, outra na mão... Olhou pro pauzinho-mira e fez um sim movimentando a cabeça.
Zaaap. O Dico jogou o raios da pedrinha, acertou bem no meio do pauzinho e foi rindo cobrar a dívida... Pegou uma bolachinha da guria, juro.
Ficamos rindo que passou a fome...

Caboclo, tá registrado.

CALENDÁRIO MAIA

Eu sempre gostei de filosofar sobre o tempo... Depois que conheci o Calendário Maia - que julgo realmente a ferramenta eficaz para que percebamos a quadridimensionalidade e a sincronicidade - isto se fortaleceu. E quando hoje consigo sair da visão cartesiana e tridimensional dos homens, posso reparar cosmologicamente a importância de coisas como a água, a fraternidade, a doação... Penso, então, no desafio evolutivo do ser social: somar e repartir virtudes para um bem comum geral, e concluo que este desafio do homo comunitarius se torna inviável na medida em que o homo individualis o suprima com seu ego cheio de desejos de poder.
Mas poder em relação a que? Estamos todos na mesma nave! Aqui do espaço ela é linda, azul...
[Só os anjos sabem que ela é um hospital de seres.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

.

passei invisível
como um perfume ao longe
e fingi não existir
em um curto instante.

SENTIDOS IV: TATO(ADO)

mãos tocam mãos!

SENTIDOS III: PEDOUVIDO

ouço, absorvo!

SENTIDOS II: PINOQUICE

inalomundo!!!

SENTIDOS: IMAG(EM)AÇÃO

quem vê, se vê!

BURACO NEGRO

onde raios foram parar todos os conhecimentos perdidos?