sábado, 24 de novembro de 2007

DA MATÉRIA À ENERGIA II

Então o cara me disse que não poderia ficar sem almoçar. Brincadeira... Pior, que não vive sem carne e que não sabia como eu podia viver sem "um bom churrasquinho".
Sem entrar nas questões ambientais, orgânicas e cármicas da alimentação carnívora, disse pra ele que eu é quem não entendia como sobreviviam aquelas pessoas que só se alimentam de carne, só bebem Coca-Cola e fumam três carteiras de Hollywood vermelho por dia. Sim, pois nessa dieta há pouca nutrição, a não ser proteína, açúcar e veneno.

Energia prânica!!! Sol...
Ainda somos a galáxia mudando. Temos que deixar nossas bagagens pesadas para podermos andar mais longe...

DA MATÉRIA À ENERGIA

Pensando sobre as luzes no céu que constante (e estranhamente) circundam Pelotas, refleti. Por que não há um contato mais exato? Por que o homem ainda não conseguiu voar pelo espaço sideral, como nossos (obscuros) ETs?
Acontece que os ETs não viajam no espaço: eles viajam no tempo. Eles, na verdade, são nós. Mas um nós evoluído, que não tem gula, maldade ou ânsia. Eles não se alimentam, a não ser de luz, por isso não têm boca, e a cabeça grande que eles têm é pelo hiperdesenvolvimento da pineal. Eles não falam porque já vivem na freqüência das informações. Habitam, eles (não vou mais os chamar de ETs: nós também somos ETs, poxa...), em uma outra dimensionalidade, e por isso conseguem um deslocamento fluídico que sobrepassa a nossa percepção tridimensional. E quando eles conseguem uma amplitude muito elevada, acabam por exaurir a quadridimensionalidade e, por isso, às vezes podemos ver seu rastro energético (luz) aqui da terceira divisão.
Nós nunca subiremos numa nave tetradimensional: iríamos desintegrar. Nós morreremos aqui, na nossa estrela Terra. Nossa genética é que deve ser aperfeiçoada para que, no futuro, nosso GNA possa voar com eles (ou conosco?).

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

AMOR DE FILHO


Meu passarinho
Veio se aninhar
Num amor de filho
E par da canção

Meu amor
Os seus olhinhos de neném
lam me passando a fé

A vida vai valer
Enquanto seu carinho brilhar

De cada criança
Tira uma gota do olhar e
Espalha sobre a Terra essa magia

A cada predador ela anuncia
Nós precisamos do nosso amanhã
Dê uma nova chance
A mim, de caminhar

O seu sorriso amanheceu
Num só momento a bela luz
Em cada canto deste mundo
Chegou primavera

E outros fenômenos leais
Traduzem paz
Paz que queremos tanto ter
Pra durar
Nova chance de se caminhar

E construir o seu ninho
Espalhando luz, inventando
Um caminho novo, brilhante, nobre
Inocente, puro
Nossa canção está no ar
Bem-querer, filho meu
Meu bom anjo, meu par.

(Beto Guedes)

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

CARTA AO BOTTI

Gran Vicente

Eu tenho um tio em Porto Xavier que se chama Vicente. Ele é o cara mais mentiroso que eu conheço, além de canastreiro, boêmio e tangueador. Colorado, doente! Ah... e pescador (só podia...). Ele usa aquelas cuecas abertas na frente, sabe (?), e quando eu era pequeno e ficava deitado, vendo tevê, ele passava e as bolas balançavam prum lado e prooutro da cueca folgada. Era o maior barato... a gurizada toda caía na gaita.
Um dia ele mergulhou no rio Uruguai e emergiu com um cigarro aceso na boca... juro por deus! E também, depois de um baile na Argentina, resolveu voltar a nado e dormiu no meio do rio, indo acordar lá em Uruguaiana. Sério! Peor!
E esse Vicente aí, que ainda mora em mim, me fez simpatizar contigo, ô da Pimenta, pela coincidência das letras e, depois, pelo astral do que fazes (músicozinha) e pela tua simpatia.
Agradeço pelo convite para assistir ao jogo Brasil x Uruguai aí no Fondo... mesmo. É que hoje tenho um ensaio com os atores do curta do Jorge Nelson, que estamos em reta final, e terei que dar WO.

Um abração à esposa e ao bêibi.

Duda

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

SÓ ESTRELAS


Até onde vai a intenção
de tua ganância?
Todos os farrapos já estão mortos,
os comunistas mofam numa biblioteca
e aquelas moedas de níquel
[que tanto desejas

restarão na superfície morta do planeta

E o que brilhará no espaço
[eternamente
são as estrelas

[que nunca se importaram com nada.

PEDRUCA E A FEIRA DO LIVRO DE PELOTAS

O Pedro Marodin é o poeta pé na estrada. Um amigo de todos os lugares que viaja o Brasil afora vendendo livros e deles tirando seu $u$tento (embora saiba que o sustento do homem seja muito mais que grana, chamarei assim sua féria). Funciona desta forma: ele faz uma megatiragem de seus lindos livros (Diário de um poeta pé na estrada, O grande minerador, Buquê de flores e, por fim, Sem meias palavras) e sai sem rumo certo, vendendo em bares, restaurantes, feiras e afins.
Ele esteve aqui em Pelotas agora, para a Feira do Livro, e passou 23 dias na minha casa. Dentre as idéias que trocamos, uma que gostaria de expor.
Pelotas gosta muito de coçar a barriga, dizendo, um tanto quanto prepotentemente, que é A Cidade da Cultura. Eu amo Pelotas e acho, realmente, que as manifestações artísticas aqui são muito fortes. Nem se compara a Santa Rosa, de onde venho, ou quaisquer outras cidades do interior sul-rio-grandense. Até PoA treme as pernas pra Princesa. Mas isso não se deve, de forma alguma, ao Poder Público, pois o ente Estado já morreu há muito e hoje, como outro cadáver comum, só serve pra feder. Pelotas vibra pela garra dos seus artistas, em todas as ramificações.
Pois bem... o Pedruca esteve aqui, com seu Passatão Chocolate carregadinho de livros. Veio confiante na Feira do Livro, que começava, e no retrospecto positivo de Pelotas em sua vida. Ele diz que aqui é o melhor lugar do Brasil pra vender. Mas aí, chegando na Praça Coronel Pedro Osório, deparou com aquela triste realidade: estandes tomando conta do entorno, restringindo espaço, sem promoções dignas do maior evento literário da cidade - simplesmente lojas na praça -, sob uma organização que cobra caro para que se possa vender mais caro ainda. Onde está a babada Democratização da Cultura? Sinceramente, amigos, na Feira de Pelotas não há. E o Pedruca, que vende graças a sua simpatia e seus devaneios poéticos, foi impedido de vender na Feira do Livro. Motivo: não havia pago estande. Mais: não era permitido "ambulantes" no local.

Mas eu vendo os meus livros!!! falou o Pedruca.
Nada de livros por aqui!!! respondeu ironicamente o representante da organização.

E se tivesse insistido, o Pedruca teria seus livros apreendidos, rasgados e queimados em plena praça XV. É a Inquisição da Cultura.

Democracia é, realemte, uma palavra inerte que nunca existirá fora das bocas.

PESCADÔ


Uma nêga falou nesta vida que noutra
Eu seria pescadô
[e talvez por isso essa minha obsessão por barcos...

Mas eu queria
[queria mesmo, dona nêga
Pescar um sonho
Com a isca do desejo
E tirar da água
Novas cores para o mundo.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

FRIO EM NOVEMBRO...


Lá vem Deus
Navegar no mar que fez
E se pudesse, faria
Quase tudo outra vez
O mar... o mel... a doce pele azul

Ô Seu Deus, aqui no Sul faz um baita frio
Na próxima estação
Me coloque na Bahia
Que o Sol que ilumina o dia
Também é minha direção...

SEDE DE MAR


Voltei pro mesmo lugar depois de uns anos. Pouca coisa fora de minha cabeça havia mudado... alguns detalhes e cores que haviam, della prima volta, passados desapercebidos.
O mundo ficara parado e eu rodei...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

DATA FIFA II


A Data Fifa é realmente mais forte que eu. Que o Ale e o André também. As mulheres é que não gostam muito, que facciamo. Também, são 4h da manhã e a gente segue aqui, concentrado. A Vevê tá no quarto, tentando encaixar o sono entre nossos gritos. A Nena ligou chorando... De cara... Pô Neninha... sabes que te amo... Desculpa mais essa, minha princesa... é que quando eu crescer eu perco essa mania. Além do mais, nosso amor é em outra dimensão: tô aqui e tô aí.
Putz grila... perdi a concentração... Ach que vou sapaterear de novo.

Bisapato meu!!!

Clássico é clássico e vice-versa. Hoje sapateriei... Adiós Barcelona...

CORES QUE QUERO VIII - ALESGU


Anjo-par
Não falei que contigo
Tudo ficava mais colorido???

CORES QUE QUERO VII - NEL CUORE DI FIAMMA


Dorme princesa Nena
Dorme, filho cristal
Que os anjos miram vosso sonho
E se cochileis no gelo,
Acordareis no calor de meu coração

[pulsando...

CORES QUE QUERO VI - MAGUITO VILELA x VIOLA MAGIQUELA


Quem canta...
Os malas espanta.

CORES QUE QUERO V - BOQUINSANA


Tu boca roja en la mía,
La copa que gira en mi mano,
Y mientras el vino caía
Supe que de algún lejano
Rincón de otra galaxia,
El amor que me darías,
Transformado, volvería
Un día a darte las gracias.

CORES QUE QUERO IV - BISINIDEM


O homem criou Deus
À sua imagem e semelhança...

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CORES QUE QUERO III - NO BRASIL


Índios dançam
Sob tupã
Carregam consigo
Receitas de chás

[No supramundo do esquecimento.

CORES QUE QUERO II - ASHTAR HINDU


Havia na Índia
Uma índia que ainda
Ia indo, quase obsoleta
Ela violeta
Eu, nada.

CORES QUE QUERO - SAINT ÁFRICA


Deus colore
O cio das flores
A religião dos olhos
O milagre da imagem...

[Cruz da anti-cegueira.

CAVERNAS


O Joselito resolveu, por uns dias, ficar ali naquela caverna. Aprendeu a plantar e a criar, em vez de rodar o continente atrás de comida. Uma vez que outra dava uma saidinha de sua circunscrição, agora com alguns vizinhos na área, e isso deu margem pra Marieta inventar a profissão mais antiga do mundo. Claro! O Joselito demorou e a Marieta tava com fome, que facciamo? Depois, aquele pessoal todo que formava o distrito municipal inventou a moeda pra não ficar carregando produtos à permuta, e com a moeda surgiu a diferença e a exploração.
Os netos dos netos dos netos dos netos do Joselito saíram da África pro mundo, escravos do racismo alheio. Depois, subempregados no Brasil, sonhavam em comprar uma TV tela plana que viram no comercial da Quero-Quero. Entre outros desejos, um dos netos dos netos dos netos dos netos do Joselito só queria mais um gole, pra poder dormir tranqüilo na noite fria de Pelotas.
Aquela noite caiu rapidamente e a caverna ficara tão distante...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

DIAS DE GAGARIN

Quando o pessoal fala em Ovnis tem sempre o amigo de um amigo que disse que um dia (ou era noite?) viu algo perto da prefeitura (ou era do museu?), e esses papos ficam por isso mesmo. Mas eu não sou o amigo do amigo. Eu sou eu. Yo soy yo. Posso até ser amigo do teu amigo, mas se falo é porque é pura verdade (pois é pois é pois é).
Dizem os historiadores que os índios, ao avistarem as caravelas, ficaram pasmos pois nunca tinham visto aqueles objetos, por assim dizer. Comigo aconteceu três vezes: duas aqui em Pelotas e uma num morro da praia do Rosa, do ladinho da Ibiraquera. Em todas havia outras pessoas comigo, que confirmam estes "fatos estranhos" envolvendo grandes luzes e movimentos intrigantes.

***

Há meses ando com uma sensação de que tem algo no ar, sabe? Parece que tem alguma coisa na espreita de acontecer... Talvez os universos interiores... Sinto que muito do que girava a roda da sociedade moderna perdeu a graça, não tem mais sentido. Sinto meu âmago cansado de conversas tolas, de pessoas fracas e reclamonas....

Não sei se os ETs chegarão de vez ou se serei eu a ir pro espaço.

SOM ESTÉRIL É SURDEZ, MONAMI

Batia o pé com o Naturaleza sangre. O Fito fez o disco com carinho... Na 139 Lexatins, quando ele canta vueltas, vueltas para mi, o som estéreo passa da caixa esquerda pra direita. Se fecho os olhos, parece que ele está a fazer a volta em torno de mim.

Um amigo perguntou o que era "este tal de estéril". Eu disse É tudo muito simplesimples: eu sou quase estéril e minha gata é mono e mesmo assim nosso filho nasceu.

Com a cara do padeiro, mas nasceu.

LOCOEU?

Ela vai na Universal, assiste à novela das seis, pinta as unhas do pé e toma cerveja com açúcar. Tem um livro de simpatias (a de como enriquecer não funciona, já testei), combina o verde com preto, reza pro Santo Hermeto e só dorme com um copo d'água do lado da cama. Outro dia me chamou de louco porque coleciono cactos.

Ora, pobre menina... De todas as nossas loucuras, só a minha dá flor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

PRÓPRIA POESIA

Criara então, consigo mesmo,
[muito aquém do início dos seus olhos

uma realidade poética fajuta
falando de amor,
falando de dor,
falando de posse de outra pessoa...
achando que o mundo começa no outro
e que serve só de viés de umas palavras

Enquanto isso, mendigos dormem nas calçadas
índios vendem artefatos, os hindus entram no rio...

Longe e perto de seu feio umbigo
muitas coisas acontecem
e uma flor se abre no jardim...

[existir é a própria poesia.

ARTE AO EMPOBRECER

Aqui em Pelotas, "Capital interiorana da Cultura", existe um projeto que abre espaço no querido Theatro 7 de Abril às manifestações artísticas. Antigamente era chamado de Música ao Entardecer, depois passou a ser 277. Teve também o Arte Daqui, desenvolvido pela RadioCom e com muito trabalho do Glenio Rissio e do Dico Keiber também, no desenvolvimento dos CDs. Depois veio o Sete ao Entardecer. Toda terça-feira, às 18h30min, tem apresentação gratuita de bandas, esquetes e danças, cada dia com um grupo diferente. Mas embora seja um projeto do governo municipal, vejo que, muito aquém se sua obrigação, nada mais faz que assinar papéis e liberar o espaço, que é mais a casa de cada artista pelotense do que meramente um prédio da prefeitura.

Eu já fui a muitas apresentações, mas perdi muitas também. Marco Gottinari, Serjola Insaurriaga, Dico Keiber, Freak Brotherz, Giamarê, Caminhos de Si, Grupo de Dança Flamenca Olé, Michel Abelária, Sulivam Melo e muitos outros que me fogem agora, na pressa das letras, foram alguns que tive o privilégio de acompanhar. Em todos, uma coisa em comum: ninguém do poder público estava presente. Ninguém!
Quem conhece o 7 sabe que lá tem dois (ou três) camarotes reservados aos nossos políticos, representantes do poder público, e estes camarotes ficam sempre fechados à chave, impedindo que o público os acesse e tendo, assim, muita gente, que ficar em pé, pois o povo de Pelotas gosta, sim senhores de gravata, de espetáculos e tem lotado a casa.
Mas da esquerda pra direita, do Legislativo ao Executivo, nunca vi ninguém lá para dar apoio à arte da cidade. E esses políticos, recheados de demagogia e vazios de visão artística, virão, como sempre vêm em suas campanhas, dizendo que têm a solução para a cultura da cidade. Mas como eles saberão, se estão do outro lado do abismo?
Cada um só dá o que pode ter. Cadê vocês, senhor prefeito, vereadores, secretário de Cultura? Pelotas precisa que vocês saiam de trás de suas máscaras.