quinta-feira, 28 de março de 2013

AS ÁGUAS DO RIACHINHO


O Arlindo me encontrou, numa viagem astral, em Antuerpia, e desse nosso encontro ele mandou uma carta e um anel vermelho, com a estrela de Davi, que na verdade virou estigma judaico, mas antes disso tem um significado bem mais amplo, da união do corpo e do espírito, do céu e da terra, do éter e da matéria... Mas o fato é que o Arlindo me mandou uma carta e um anel vermelho, um anel de proteção e eu entendi o porquê da cor... eu entendi tudo.
Com este anel no dedo sinto-me impressionantemente protegido, como se houvesse sobre mim um manto de luz intransponível... como se fosse o anel dos Supergêmeos, do Lanterna Verde, sei lá...
E eu, que ainda não conheço pessoalmente o Arlindo, exceto por Antuerpia, percebo que o mundo, a vida e a mente compõem, inevitavelmente, um contexto ilusório e impermanente que envolve todos... envolve tudo o que conhecemos por realidade... tudo é criação, existência, amadurecimento e passagem... e isso faz com que as coisas, pessoas e significâncias tenham existência relativa...

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O novo está sempre acontecendo.

***

A mente cria diversos conceitos que envolvem o meu dia como me envolve o manto protetor que advém deste anel vermelho.

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Eduardo é do lindo; é do Arlindo!
Kennst du das land; wo du citronen blühm,
Im dunkeln laub die gold-orangen glühn;
Kennst du es woll? – Dahin, dahin!
Mocht ich… ziehn.

Dear Edward
There goes the ring
I’m so prued
How it’s the I clone
Don’t you to worry, never
Cause they are
But can not to fly


Arlindo Atsimael

Valey of the dawn, February 28th 2013.
Glory, flory, glabs of glad. So glad Antuerpia of mine.

..Entretanto, as águas do riachinho, lá detrás do milharal, correm apressadas em tornarem-se salgadas; zombando daqueles que, em suas salas de estar, suntuosas, preocupam-se em ser, estar e morrer. Indiferentes ao desconhecimento insofismável, da origem de suas vagas; mas então, ele, o riachinho, não pertence às margens, mas a si próprio... e ele ficará todo salgado, ligando-se ionicamente ao seu universo, o oceano.

Abimael

03/03/13.

segunda-feira, 18 de março de 2013

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Eu vi umas imagens do austríaco Felix Baumgartner que bateu o recorde de queda-livre... ele saltou de 39 mil metros de altitude e isso é tão alto, mas tão alto que eu não sei se ele é paraquedista ou astronauta.

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Da câmera da nave dele dava pra ver o planetão azul, que em vez de Água se chama Terra, seus relevos, suas cores... tudo num tempo parado, um giro sincrônico com o sol, com a lua e outros elementos do universo... e eles se mostram todos ora grandes, ora inexistentes... e o astronauta lá, se preparando para um salto pro infinito... partindo das estrelas e voando, como um saco de batata voa, em alta velocidade, num breve instante onde nem parece haver problemas humanos em tamanha vastidão... onde não parece nem mesmo haver humanidade.

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E eu estou aqui
Pensando nas horas que não consegui estar
E de repente percebi
Que só estava por estar
E a hora que antes nunca fora
É hora que não volta mais
A hora adiante, tão apressada
Nunca atraca neste cais...
E estou agora
Com o agora sobre o colo
Me fazendo tatuagem...
Como uma sombra inevitável deste objeto-mente
Construindo o que se chama de realidade
Confundindo o tempo com relógios de pulso.

***

Então sentei quieto pra pensar em alguns problemas.
E problemas são como os astros, ora grandes, ora minúsculos.
E eu modulo o tamanho deles em momentos de silêncio, onde todos fogem e desaparecem...
[Os problemas não suportam quietude!!!

Olho pro céu e vejo algumas nuvens, onde estrelas brincam de esconder.
O céu é belo e muda a toda hora... É sempre belo o céu.
Meu pensamento sobe a pontos quase que inalcançáveis... e eu quase bato frontalmente com um astronauta, descendo em queda-livre sem parar...
Um escafandro da outra ponta do infinito...
Testando seus limites demasiadamente corporais...
Ele Irreversivelmente cai enquanto eu momentaneamente saio
Nós dois em sentido contrário, sem olhar pra trás.
E o homem que cai procura a si na Terra;
O homem que sai procura a si na imensidão.