terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

EU, O GORDO E OUTRAS FUTEBOLICES


Na última semana o que mais se falou foi na aposentadoria do Ronaldo Gordo. Ele deu uma entrevista ontem e afirmou que, após a belíssima carreira, encerrada em 2002, vai parar de vez de jogar bola.

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Eu não sei se o problema dele é o hipotiroidismo ou o hipogolismo. Eu nunca vi um atacante que receba R$ 1,8 milhão por mês não fazer gol. Nunca vi. Eu mesmo... eu não faço gol por muito menos. Qualquer R$ 1 mil e eu aceito não fazer gol por muitos times do Rio Grande... poizé poizé poizé...

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E agora que ele parou, eu vou começar.
Não importa que eu esteja com 31 anos de idade.
O que importa é que o mundo do futebol é pequeno demais pra nós dois.

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Dizem que o juiz chegou no campo e disse pro Ronaldo: Cara ou coroa?
E o adversário: Seu juiz... essa aí é a bola.

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O problema é que eu também tenho uma deficiência.
Não consigo correr muito bem com 3 pernas.

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E por falar em futebol, pesquisadores norte-americanos descobriram a grande diferença entre o Pelé e o Maradona.
Confira abaixo.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

FOTOPOESIA


Fotopoesia
O sol em algum lugar
Derramando o brilho nas janelas
Desacortinadas...

Minha mente também é uma janela
às vezes emperra...
às vezes se abre...

E o vento nela
Me traz um alento
Um infinito pra fora...
Outro infinito pra dentro

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A chuva na vidraça
Leva a água de volta ao chão
E a foto, como a poesia, nunca é em vão
Elas
Tanto uma como a outra
São a alma do papel

É a oportunidade
de vermos
que existe vida após o clic.

UM ESTRANGEIRO EM PELOTAS


É preciso coragem e ousadia para falar em próprio nome, e mais ousadia ainda para falar sobre questões que nos afetam na existência cotidiana, em abordagem realmente nova, abandonando a segurança dos sistemas estabelecidos, das instituições socialmente reconhecidas, aceitas e consagradas. Posicionar-se sem a validade institucional, na absoluta solidão de um 'pensador livre', afirmar algo sobre a vida, dirigido a um público também livre, capaz de viver, sentir e pensar sem amarras que prendem às verdades e exigências institucionais, foi o que fez de Sartre um mestre. (Deleuze)

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O muro nosso de cada dia.

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Eu, que sou um estrangeiro em Pelotas, noto que falta ao povo amor e respeito por sua cidade.
Mas, num questionamento repentino, acerca da "reforma" política do Executivo da cidade, vejo que o povo só traduz, em ação, o que pensam os "líderes" do sistema, os ícones deste grand BBB.
É como um efeito cascata.
Uma cascata infinda.
A pracinha do meu filho arrebentada.
As ruas cheias de lixo.
A gruta na Baronesa, cagada.
As obras pra turista ver.
O banheiro insosso e ilegal na praia.
Minha parada de bus sem teto.
Servidores públicos sérios alimentando como pássaros, na boca, múltiplos CCs.
Bocas e bocas...
Pios nos corredores.
Somos uma grande fauna esperando água.
E o próximo programa de TV...

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O $i$tema viciado
Um vício circular
Sai dos gabinetes
À qualquer lugar.

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O mundo só estará livre da podridão quando o último burguês morrer enforcado nas tripas do último padre.

Bertold Bretch

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Mas eu ainda acredito na cidade bela.
A cidade cultural.
Cheia de gente bacana, coisa e tal.
Nas ruas com alma.
Nas cores do céu.
Eu acredito em Pelotas.
Eu acredito no sorriso das pessoas
Mas faixas de segurança respeitadas
Eu acredito no amor
E que ainda haverá pelas ruas flores
Árvores e frutos
Nos jacarandás da praça, azulando tudo...

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Todo pelotense tem um jacarandá no coração...

VIDA APÓS A MORTE


Hoje o mani me contou uma história de fidelidade após a morte, dos amigos que, pra ocultar a traição do finadinho, que fora encontrado em óbito num motel, junto à amante, o colocaram (ou o que restou dele) dentro do carro, já mortado, e abandonaram o cadáver numa estrada vicinal.
Morre-se o corpo mas não a honra.
É assim com os políticos também, que ainda viram nome de rua e aeroporto.

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Aí na colada já pintou várias histórias de morte... Da amiga do vizinho que morreu mas não morreu. Do pintor do amigo do irmão que caiu de patins e morreu. Do cara que achou que tinha morrido e tinha só casado... enfim... Cada um tem uma história de morte.
As pessoas adoram a morte, mas tem medo dela.

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Eu morro de medo da morte.

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E eu tenho um amigo que só anda de preto e tatuou MORTE, em ideograma japonês, na nuca. Mas um dia ele quase foi atropelado e me encontrou em estado de choque, pálido, gaguejando...
Qua_qua_quase morri!
Ué... e eu pensei que tu gostavas da morte, mani...

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Eu morro no sonho e acordo na cama.
Quando eu morrer na cama, onde acordarei?

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A morte é uma coisa tão intrigante que muita gente, viva, pensa direto nela.
Será que algum morto pensa como serão as coisas depois do nascimento?

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Será que existe mesmo morte após a vida?

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Tudo se transforma.