quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ANIMAIS DE 2010

Antes de ontem o meu Inter foi eliminado pelo Mazembe, do Congo, do Mundial de Clubes e eu descobri que não quero mais falar de futebol pelos próximos... hum... dois dias.

***

Que bom que tudo se transforma... que bom.

***

Descobri também que a cada 20 minutos, uma espécie de animal é extinta em nosso animalesco mundo. A partir de então, a cada 20 minutos eu agradeço por não ser a minha vez na fila.

***

Mas, por incrível que pareça, cientistas descobrem diariamente novos tipos de bicho... Eu nunca descobri um bicho novo em que eu possa pôr um nome. Tenho vários nomes na lista (como esperdiardigam e porpambúlico), mas não tenho em quem pôr...

***

Aí vai as 5 maiores descobertas da fauna planetária em 2010:

1. LAGOSTA CABELUDA
Este lindo exemplar peludo, da família do Tony Ramos, também conhecido como vulva marinha, anda por aí, lagostiando. O prato a que dá base foi um fracasso na culinária francesa, já que vinha sempre com cabelo.


2. MACACO DO NARIZ ARREBITADO
Diferente dos jogadores do Inter, esse macaco não tem o nariz empinado.
Descoberto em uma floresta do Mianmar, o cara-chata parece o Rui Biriva e compõe uma população de 300 habitantes que seguem, na tribo, o lema: Cada macaco no seu galho.


3. SAPO RHINELLA
Também conhecido como o sapo-que-não-quer-ser-girino, essa interessante espécie ovípara da Colômbia bota ovos na mata e dali eclodem pequenos sapinhos-que-não-querenzinho-serenzinhos-girininhos. Lembra, de longe, o Mr. Burns e o Plínio de Arruda Sampaio.


4. PANPUNK NOEL
Encontrado numa caverna do interior paulista, o Panpunk Noel é rocker de dia e santo de noite. Um anjo de roupas e um diacho pelado... Dentre suas tatuagens, que cobrem 94% do corpo, estão os nomes de cada uma de suas renas e um coração com os dizeres: Mamãe Noel & Eu.


5. KIDHIABA
Descoberto por colorados em Abu Dabhi, essa espécie natural do Congo anda com a bunda e se pisca todo, usando sua cara de mané como elemento de auto-defesa.

RE-RETORNO

E aí blog, beleza?
Beleza!
Há quanto tempo, não?
Pois é... sumido, né!?
Tava pensando em voltar, não é massa?
Pra mim ou pra ti?
Pra nós, mani... pra nós!
Hum...
Só mais esta vez...
Hummm...
Deixa, vai!? Só mais essa vez!
Vou pensar... vou pensar.
Ah... não faz assim... Tu sabe que eu te curto pra caramba.
Hummm...
Tu sabes que és o blog da minha vida, não sabe?
Sim, mas me abandonaste...
Não... não mesmo... eu tava sempre perto, juro. Pensando em ti direto...
Mentiroso...
Ah... não te faz de difícil... Me dá um bitzinho, vai. Só um.
Hum...
Só um!

(O papo termina no tapete do escritório, mas nã foi liberado pela assessoria de imprensa.)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

BANKSYSMO


A parede
Dá a cara à tinta
Se veste de cores
Diz a que veio, a cada tijolo...

A parede
É também da ideia
A trava, o muro, o estigma
O fim da rua, a curva do rio

A arte, emparedada na moldura da casa
É o novo, é o salto
Que nos faz andar na vida,
O movimento
Sem o peso da argamassa...

domingo, 14 de novembro de 2010

REAL ATRIBUTO


A realidade é um atributo do agora
Ontem não houve
Amanhã não há

A cada passo dado, um novo suspiro
A cada suspiro, um horizonte
Enquanto se vive, se passa e se finda

E eu não sei se sou aquilo que penso ser
Ou sou aquilo que os outros pensam
Ou se existo de fato

A realidade é uma versão sobreposta à outra
É rapé no vento
É folha de papel na água...

aMP - dMP


Mariano foi julgado por aqueles que ofendera, quando fugira ao trabalho e ao látego e atentara contra a vida e a propriedade senhoriais. Seu processo foi mais uma farsa da justiça escravista. Abandonado pelo senhor, Mariano foi "defendido" por um advogado, nomeado de ofício, que nem mesmo se deu ao trabalho de recorrer contra a pena de morte votada "unanimemente" pelos jurados. Se sua pena não foi posteriormente reformada, Simão Vergara pagou com quinze anos, seis meses e vinte dias de prisão o ato de ter vendido pólvora aos sublevados.

TEMPO DO NÃO-TEMPO


O tempo,
Cascata de horas,
Madura as amoras
E presenteia o homem
Entre os pôres e o nascer dos dias...

O tempo
Com o nunca e o semre em cada mão
Vai do sim ao não,
Rasga a semente, murcha a flor
Molda tudo quanto é amor
Tempera cada estação...

Quem sabe um dia
O tempo, já cansado de vagar,
Deixe, ainda enquanto é tempo,
O não-tempo governar

Cairiam toda tinta e todas as paredes
E todas leis e todas as fronteiras
Seriam meras brincadeiras
Seriam mera invenção...

E as pedras tristes ficariam
Quiçá, simplesmente sumiriam,
Ante a eternidade, ora cotidiana,
Do doce mundo sem ponteiros.

PSEUDO HOMÔNIMOS


Quem não lembra do famoso Denorex, que parece, mas não é? Pois é... começo este post com essa lembrança que, embora não pareça, é sobre semelhanças. Poizé poizé poizé.

***

É que eu conheci um cara com o nome de Alê Jardim. Ele é escultor e artista plástico e já vendeu um monte de obras por causa do seu nome artístico, confundido entre os colecionadores com o Alejadinho, famoso escultor mineiro. Então o cara chega numa exposição e dizem pra ele: "Sabe quem fez essa peça? O Alê Jardim!" A estátua é vendida na hora e o comprador sai se gabando, cheio de si...

***

E tem um cara em Pelotas que é muito parecido comigo. Muito mesmo. Acho que nem eu sou tão parecido comigo quanto ele, tanto é que quando eu me olho no espelho, dou uma olhadela pra trás, ver se sou eu mesmo ou é o cara, esse aí.

***

Minha mãe achou ele lindo, o meu sósia (que significa sócio de forma).

***

Esses dias eu entrei na galeria e dei de cara com meu sósia, o outro eu. Ele parou, eu parei. Chegamos perto... olhar reparante dos pés à cabeça... E eu tive, naquele exato instante, uma tranquila sensação de não morar sozinho no mundo da feiúra.

domingo, 7 de novembro de 2010

A VIDA DE NICO VICO


O Nico Vico, também conhecido por Boca, marcou com uma das namoradas na praça. Só que lá, ele encontrou a segunda namorada, que passava aleatoriamente pelo local. Quando a primeira chegou, deu de cara com os dois, e ele teve que explicar a elas que o amor não é posse, que não se restringe a uma pessoa apenas e que o trio poderia viver feliz para sempre.
Elas não entenderam deste modo.
Foram pra casa fazer amor.
E ele ficou na praça, fazendo música pros pombos.

***

Mas isso não é o resumo da vida de Nico Vico, o homem que teve mais mulheres que o Renato Gaúcho. Ele ganhou na loteria, emprenhou uma prima, perdeu um dedo do pé e foi parar em Dom Pedrito.
Gosta de pipoca, cerveja Kaiser e de coçar o nariz com o dedo mingo.

***

Mas quem pode resumir uma vida em dez palavras?
Impossível...
O resumo da vida acontece junto com ela.

CHURRASCO PARA AMBIENTALISTAS


Uélou!? Quem fala!? Felipe!? Beleuza meu... é o Vieira. Seguinte meu... vai rolar um churraskinho aqui em casa pra galera do meio ambiente... saca... só ambientalista... to ligando pra te convidar. Vem a Flávia, o Mauro e o Peçanha. Compramos filé e costela ali no Seu Xico... mas cada um traz a sua cerveja. A gente vai aproveitar pra discutir ações eficazes pra combater o desmatamento na Amazônia e o respeito aos animais... e por falar em respeito aos animais, comprei também 1 kg de salsichão de primeira cortado a faca. É só chegar... Qualquer coisa, me liga.
BIIIIIIP.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

BOLSA-VIDA


Hoje cedo eu fiquei pensando sobre a função social da propriedade... Coisas do direito civil, sabe como é... A propriedade (depois de escapar do Proudon) tá lá, propriedaderando, no más, como diriam los hermanos, bem despreocupada e vadia, e chega um oficial de justiça revolucionário (ou mesmo uma pessoa qualquer, até porque as pessoas quaisquer são o tipo maios perigoso) e grita: esta terra não tem função social! Reforma agrária já! Enfim, teorias de barba sobre a legitimidade da posse das coisas...

***

Aí eu pensei também na função social do ser humano e descobri que conheço um monte de gente talentosa que tem que correr o mês inteiro atrás de grana. Isso é inadmissível! Isto _ é uma _ vergonha, diria o Boris Casoy Bocamole.
O fato é que essas pessoas, que a partir de agora chamarei de ESPECIAIS, deveriam ser assistidas pelo governo federal e receberem pra viver... Isso mesmo: pago pra viver. Uma conta bancária vinculada ao novo projeto social: o Bolsa-Vida.

***

O valor do Bolsa-Vida iria variar conforme a ESPECIALIDADE de cada ESPECIAL. O cara se inscreve, leva o número do comprovante de especialidade (CE) e sai do banco com a conta pronta, prontinha. Agora é só sacar: todo dia 30, o Bolsa-Vida estaria lá... Que beleuza!

***

Aí o cara tá com um problema bancário, porque não param de depositar e depositar... Estoura o positivo da conta e o cara não consegue nem falar com o gerente. Vergonhoso...

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Cartão e zap.

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O melhor de tudo é que a corrupção ia ser mais nefasta ainda, porque a galera iria querer se passar por ESPECIAL sem ser... ESPECIAIS fantasmas... furos gigantescos e corrupções no sistema.
Mas ESPECIAIS de verdade não podem ser corruptos, lembrei!
E é por isso que o paradoxo estaá formado e o ESPECIAL no Brasil ainda precisa de PIS/PASEP.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

NO MEU FILME


No meu filme, pés descalços pisam e passam sobre pedras na margem do rio. Escravos em fuga. Aparece, em plano aberto, cascatas e um grupo de capitães-do-mato... É um filme sobre liberdade, coragem e sonhos. Acho que o roteiro vai ficar bacana...

***

No meu filme não terá romance, mas o amor se manifestará de várias outras formas... Porque vai cortar em 1840 e cair no agoraqui, neste exato espaço-tempo, não mais Vila, nem São Francisco de Paula... Pelotas. E a escravidão não é mais laboral... é do consumo, é do medo, é da entropia que encolhe a vida e torna a moldura dos fatos um fator impenetrável, é da submissão e da cultura de massa. É o tempo em que se escolhe ser escravo, a Era do escravo-livre... Mas não existem questionamentos... Tudo é o que exatamente é... Ainda mais no meu filme... No meu filme, milagres acontecem. E sonhos se realizam.

***

O meu filme tem gente boa. Um pessoal que se comunica em sorriso e arte. E se encontram, materializando utopias, encontrando espaços para manifestações. O meu filme acontece agora, embaixo dos meus pés... é quase um filme ao vivo, e eu protagonizo ele, e este fato é importante de lembrar, e nele cada segundo é um take, infinitamente posterior ao outro, até o ápice de minha relativa eternidade. E no meu filme aparecem universidades envoltas num mesmo processo, existe uma comunidade sedenta de si, um apoio público e um pessoal que trabalha sério e arduamente para dar presente às outras pessoas. É tipo uma máfia... só que uma máfia do bem, entende? E ela se fortalece a cada instante, essa tal máfia... e tem várias variáveis de finais legais... mas eu nem quero ainda pensar em finais...

***

No meu filme tem escravo homenageado pra resgatar outros tantos e a moral vai ser pra que nunca deixemos os sonhos à deriva. Que nunca sejamos escravos... e que façamos o bem. Acho que é por aí, como a vida que co-crio, cheia de cenas belas, vistas de dentro da cara...

***

Porque viver é estar constantemente em cena.

domingo, 17 de outubro de 2010

SANTA INTERNET


Joia... A internet é massa mesmo. O encerrameno de ciclo é quando o planeta, como um cérebro, tiver todos os seus neurônios (no caso nós, humanóides) integrados global e permanentemente.
Hoje, o ser humano tem imediatamente todas as informações do mundo, de todos os tempos, ao seu alcance nesta caixa mágica que se transformou o computador. E se comunica, também, de forma imediata.
Isto o colocou um passo à frente das informações... mudou seu relacionamento com os fatos. Rasgou-se a noosfera e a telepatia, que antes era sonho tecnológico, virou acontecimento cotidiano.
Crianças índigo e cristais...
Pra onde esse mundo vai?

***

E eu, num estudo repentino, descobri na internet as oito maiores dúvidas da humanidade e me transformei de imediato. Sim, porque eu tinha outras 8 respostas às maiores dúvidas da humanidade. A internet me trouxe a luz... Santa Internet...

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Sim... eu sei... você ficou curioso pra saber os dez fatos mais curiosos, não é mesmo?
A curiosidade move montanhas (e mata os gatos). Então, abaixo descrevo as oito maiores dúvidas e as oito respostas que eu tinha sobre os fatos mais curiosos (do mundo?).

1. Por que os cães cheiram o rabo uns dos outros?
RI (Resposta da internet): Por causa de uma glândula anal chamada popularmente de RG de Merda, onde informações como caráter, raça, sexo e estado de espírito são transmitidas. Cachorros covardes não permitem que outros cheirem seu ânus e descubram sua canina covardia, por isso saem com o rabo entre as pernas e daí nasceu o ditado.

RD (Resposta do Duda): Uma grande festa reuniu todos os cachorros do mundo. Por questão de higiene, na entrada da festa, todo e cada cão deixava o cú num cabide e entrava limpinho, limpinho. Só que no meio da festa houve um tiroteio e a cachorrada saiu bem louca por portas e janelas do baile. Cada um pegou um cú e até hoje se cheiram pra ver se o outro cão não tá com o ânus seu.

2. Por que os gatos sempre caem em pé?
RI: Porque a mente, olhos, ouvidos, músculos e articulações dos gatos funcionam como um rapidississíssimo GPS, que posiciona seu corpo instantaneamente.
RD:Com 4 pés até eu.

3. Os raios atingem 2x o mesmo lugar?
RI:
A probabilidade existe, se se repetirem as condições climáticas ideais. Isto é pouco provável, mas um raio pode sim atingir o mesmo local.
RD: O tio Vicente já foi atingido 7 vezes por um raio, que não era o mesmo, e segue vivo. O único conselho que eu dou pro tio Vicente é que, em dia de tempestade, ele não chegue perto de mim.

4. O peido pega fogo?
RI:
Claro. Dependendo da quantidade de metano (CH4) no pum, ele pode explodir instantaneamente. Portanto, o pum das vacas, com alta taxa de metano, é bombástico.
RD: Que bom. Eu tinha medo de um dia a humanidade ficar sem um isqueiro sequer.

5. Por que os kamikazes usavam capacete?
RI:
Porque no início da era dos aviões, as aeronaves não tinham cabine... eram abertas. O capacete e a manta era usados com a função de aquecer o corpo, não de proteger os pilotos.
RD:Personal niponic style.

6. Qual animal que mata mais humanos no mundo?
RI:
O hipopótamo. Se você pensou tubarão, errou. O hipopótamos se faz de morto pra comer o coveiro, sabe como é?! Fica ali, hipopotamomando como quem não quer nada... e quando você chega perto ele uackh, te hipopotameia.
RD:O homem é o lobo do homem.

7. Por que rimos em velórios?
RI:
Rir é um mecanismo de defesa natural, como uma descarga à angústia que sentimos em certos momentos. É o famoso rir para não chorar. Pois é pois é pois é.
RD:Eu acho velório cômico demais. Vou rir até no meu.

8. Quem fez o primeiro teste de pára-quedas?
RI:
Não encontrada.
RD: O tio Vicente.

PEIXES, IOGUES E GINASTAS


Cientistas que examinam a região de Gogo, no oeste australiano, disseram que os fósseis de peixes encontrados na área indicam que a espécie foi a primeira a fazer sexo na Terra. Os primeiros atos sexuais aconteceram no Período Devoniano, entre 400 e 410 milhões de anos atrás, segundos os cientistas. "Não era apenas procriação, mas também diversão", disse ao site John Long, vice-presidente de pesquisa do Museu de História Nacional de Los Angeles, Estados Unidos, participante da pesquisa.
"Os peixes copulavam colocando uma estrutura localizada próxima às nadadeiras dentro da fêmea para depositar o esperma", explicou Long ao site. "É uma descoberta significante porque explica uma avançada forma de reprodução", completou.

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Barbada pêixica.

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Essa forma de reprodução eu também faço, peixe!

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Avançada forma de reprodução é a transa do iogue com a ginasta.

DO PEIXE PRA VACA


Diz pro Baby que o importante é o que ele conserva no coração, não no estômago.
Que ele tenha liberdade de se alimentar como deseja.
E que ele (e todos nós) tenhamos nossa livre escolha.
Mas que também sejamos sempre abertos aos questionamentos.
E que questionemos os questionamentos.
E que possamos mudar a cada instante, sem se prender à verdade nenhuma.
Muito menos brigar por ela.
Porque a verdade não é nossa.
A verdade não é de ninguém.
Apenas creio ser importante o respeito aos animais e, na medida do
possível, tentar agredir menos... tentar avalizar menos os grandes
sistemas... consumir coisas de produtores locais, artesanatos e
orgânicos, sucos, arte...
E de vez em quando se permitir agredir as regras.
E até comer um churrasco, se assim for desejado,
Se embriagar...
Dançar até a madrugada... passar a noite acordado.
Tirar um zero.
Se permitir transgredir.
Sujar a roupa branca que esconde a alma.
Afogar a culpa, manifestação opulenta do ego.
Porque o certo e o errado são tiros na noite.
Acertam de raspão o valor do fato.
Mas que sejamos felizes.
Felizes agora.
E melhores num próximo agora.
Porque do peixe pra vaca não muda nada.
Mas deles pra nós tem um hectare...

O PARADOXO DO TWITTER


Ele tuíta tudo o que faz durante o dia.
Lavando roupas.
Estudando português... Haja saco...
Indo levar a mãe no médico...


Ele narra seu dia via twitter.
Tuíta tanto e não percebeu ainda que os fatos de sua vida viraram secundários...
O importante mesmo é tuitar.

***

Mais monótono que twitter de preso.

***

Eu tuíto.
Tu tuítas.
Ele/a tuíta.
Nós tuitamos.
Vós tuitais.
Eles tuitam.
E todo mundo retuíta.

***

Eu nunca vi alguém escutar falando. Nunca.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

NOVELA NA LOCADORA


O cara da locadora só assiste novela. Ele dá pitacos sobre os filmes e insiste pra que eu pegue os que ele acha legal. Ele me pergunta coisas... não me deixa concentrar. Ele fala de pescaria, do clima e do preço do pão. Eu só queria pegar um filme e ir pra casa. Ele quer saber da minha família... quer saber de tudo... que cara mais impertinente o cara da locadora.

***

Ele parece o Chesperito gordo.

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Dá pra fazer um filme do cara da locadora. Uma pena que não é cinema mudo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A TETA QUE SUSTENTA O MUNDO


O ser humano é o único animal que, depois de adulto, continua mamando. Eu vejo meu filho Pedro, com 10 dias, se contorcendo para buscar a teta da mãe... Então compreendi o fascínio das tetas é algo genético... A teta é quase um mito, que se explica por si só... É ela que garante a vida, nutre, e permite que o capuccino e o nescalito manifestem o seu valor.

***

Eu fiquei pensando como seria o mundo se o homem nunca largasse a teta (na verdade o homem nunca larga, mas eu estava pensando na teta como instrumento de alimentação... não como de diversão).
Se o homem nunca parasse de mamar, aconteceriam cenas hilárias. Primeramente porque o cara ia ter que estar sempre perto da mãe, ou de alguém que substituísse a mãe (e isso é bem menos traumático). Ai o gaúcho lá, barbudo, assistindo ao Jornal Nacional, vira pra mãe velha e diz:
- Buenas... me deu sono! Vou lavar os pé, dar uma mamada e me deitar.

***

Dona Rita. Por favor, venha até a minha sala que está na hora da minha mamada das 15h.

***

Como diria o David Coimbra, feliz mesmo é o filho da Gisele, que a essa hora deve estar mamando.
Porque ela é uma mãezinha Bünchen, very Bünchen.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

UM BOM MAU TEMPO


A tarde de chuva fez com que eu ficasse em casa... aquele sonzinho molhado nas telhas, uma brisa primaveril... uma doce sensação de mundo parado... delícia.
Quem foi que apelidou o dia de chuva de mau tempo?

***

Eu em casa lembrei dos mineiros presos há dois meses nos subterrâneos chilenos. O resgate já está próximo... Dizem que o que os manteve vivos foi um canal de ar por onde era colocado comida e mantinham contato com psicólogos e familiares. Além disso (e muito mais importante) foi o videogame que ganharam... Deu pra organizar um grande campeonato de futebol, ao qual convencionaram chamar de Data Fifa.

***

Coisa boa é a Data Fifa.

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Aí os caras estão lá, há três meses presos (não era dois?), no sufoco claustrofóbico, a dezenas de metros de profundidade... Tensão mundo afora... o resgate está quase chegando... TVs de todo planeta atentas...
Bruummmm...
Cai uma espessa parede de rochas.
É o resgate...
Procuram pelos mineiros...
Nada...
Silêncio total...
Numa caverna ao lado (co-caverna), todos reunidos.
É a grande final da Data Fifa Mineiros.
Última rodada.
Campeonato longo... cansativo...
Mas agora é a finalíssima.
Juan Caballero, com seu imbatível Barcelona.
Contra Pablo Escudero, com seu grande Internacional de Porto Alegre.
O resgate faz barulho.
Psxxxxxxxxxxx.
Respeitem a Data Fifa.
A Cruz Vermelha quer levá-los imediatamente.
Mas é recém 23 do primeiro tempo.
O mundo pode esperar.
O mundo sempre pode esperar.
Até mesmo à prorrogação.
Empate pegado.
Pressão e contra-pressão.
Bola na trave aos 45 do segundo.
Ninguém se move, mesmo com a caverna aberta já.
Isto não importa.
A grande final vai ser decidida nos pênaltis.
O chute derradeiro vai pra fora.
Os mineiros explodem de alegria.
Comemoram o título do Inter e a liberdade.
E entendem um pouco mais que a grande vitória é estarmos vivos.
Porque não existe mau tempo.
Todo tempo é mental.
Até para os mineiros do Chile.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

PEDRO


Se eu pudesse escolher,
Queria ser filho de um poeta,
Que escreve estrelas, janelas abertas,
Com seu jeito simples de ser.

Se eu pudesse escolher,
Queria nascer na primavera,
Ter um irmão na minha espera,
E tantas flores pra colher.

Se eu pudesse escolher,
Simplesmente, deixaria acontecer,
Já é um grande presente ver a luz do dia.

E poder sentir essa energia,
De todos que esperavam ansiosos pra me ver,
Com flores, felicidade e poesia.

By Daniel Moreira
www.revista-seja.blogspot.com
www.poemas-urbanos.blogspot.com

P.S.: Mani Dani... grato pelo carinho primaveril. Somos todos um.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PEDRO BEM

Nasceu o Pedro Bem.
E a primavera mostrou que nós, humanos, também florescemos.

DOIS SACOS


Em janeiro enterrei minha avó em Santa Rosa. Nos preparativos fúnebres, acompanhei o coveiro até o túmulo onde já estavam meu avô e meu tio, filho dela.
Abrimos a tumba e meu avô estava lá, deitado, um prato cheio pros Piratas do Caribe. Esqueleto montado... feira de ciências... roupas rasgadas... um crucifixo de prata no meio do peito (era do caixão que virara pó). Vários pensamentos na minha cabeça, tão efêmeros como a própria vida (pelo menos como ela aparecia ali, naquele cemitério). Ao lado do vovozão ossudo, um saco plástico cheio de outros ossos... era meu tio, que havia morrido anos antes dele.

***

Os ossos do avô foram sendo colocados, um a um, dentro de outro saco plástico, que trouxera o Zé Coveiro.

- Ôpa... caiu um dedo ali seu Zé. Quer que eu pegue pro senhor?
- Ah, sim... E já me alcança o crânio aí, fafavor rapaz?
- Sim, seu Zé.

Tudo dentro do saco.

***

Aí eu percebi que a vida é um breve momento entre dois sacos.

domingo, 26 de setembro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

UM CAMELÓDROMO E DUAS ESCRAVIDÕES


Foi levado à forca o preto Belizário, que vibrou grande número de punhaladas ao senhor e sua senhora, deixando caídos como mortos (...) julgado criminoso, Belizário foi condenado a morte. Sua execução teve lugar à esquerda da antiga ponte de madeira, hoje de cimento armado, a rua Riachuelo, além do Arroio Santa Bárbara, onde existe atualmente uma barraca de couro, local onde foi levantado a forca. (...) Para assistir ao horrível ato, o povo, ávido de curiosidade, em todo o trajeto desde a cadeia até esse local, seguia o condenado, formando volumoso séquito, sob a cadência lúgubre do cerimonial, assim o acompanhando até seu último instante de vida, indo ele vestido da fatal túnica alva dos enforcados.

BENTO, Cláudio Moreira. O negro e o desenvolvimento na sociedade do RS (1635-1875). PoA: Grafosul/IEL/DAC/SEC – 1981, p 203-4.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O MENINO MAIS BONITO DO MUNDO


A última porta era a saída
De fora pra dentro, a entrada
Lá fora, o mundo muito vasto
Lá dentro, quase nada

No olhar do estrangeiro
A grama retiniza o verde
E o olhar
[o primeiro olhar

Daquele verão
Esqueceu outonos
E foi pra sempre
[até o fim, pra sempre.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

MARIDO DE ALUGUEL


Ouvi dizer que existe um emprego novo no pedaço: o marido de aluguel. É simples, você (mulher ou homem(?)) pega o telefone do indivíduo nos classificados (quiçá em breve nas páginas amarelas do guia telefônico mais próximo, se é que ainda existirão guias telefônicos) e o chama para aqueles afazeres que só o maridão que você nunca teve poderia realizar.
Já dá pra ver os anúncios.
O ralo entupiu? Disque-marido. 0800...
Trocar o gás? Tem ladrão no pátio? A senhora está precisando trocar um pneu? Chame o Marido de aluguel...
Massa... o marketing ia ser uma barbada.

***

Foi aqui que chamaram o marido de aluguel?
Foi sim.
E qual o seu problema, senhora?
O senhor faz sexo?
Hum... infelizmente não, minha senhora. Pra sexo a senhora tem que ligar pro namorado de aluguel. Marido não faz sexo. A categoria marido é só pra serviços leves. E rango incluso no serviço, hein!?

***

Com licença!? O senhor vai ficar o dia todo deitado nesse sofá?
Por quê? Algum problema com isso?
Não, nenhum... é que quando eu liguei pro disque-marido, eu achava que...
Que alguém viria aqui e faria os trabalhos da casa, não é mesmo? Ah, minha senhora. Veja bem: a senhora contratou um marido de aluguel. Qual é a coisa que o marido faz de melhor? Não é deitar no sofá e ver TV? Pois então, a senhora fica tranqüila que eu sou um marido nato... eu sei o que to fazendo... Sou o melhor marido de aluguel do mercado... igual a mim, minha senhora, só mesmo um marido de verdade. E isso a senhora sabe bem o que significa, não sabe?

JANELA ABERTA


Meu blog e eu às vezes sumimos um do outro. É como uma crise profunda de relacionamento, onde um não atura mais a cara do outro e se precisa de um tempo... um tempo sem se ver para que dê saudade... um tempo para conseguir entender o quanto se precisa um do outro... se realmente se precisa...

***

Nietzsche diz que não amamos o outro, precisamente. Amamos aquilo que o outro pode nos dar. Quando ele não pode mais nos dar o que queremos, o amor transmuta. Então o amor, ou o sentimento que se aproxime mais dele, não vem de fora: vem de dentro. E é ele então uma manifestação sentimental egóica de interesses pessoais, finita, interdependente a um objetivo racional (consciente ou inconsciente).

***

Talvez o amor seja uma flor no bouquet dos sentimentos, dentre outras. Muitas cores, cada qual uma beleza mais querida. E amor lá, até a última pétala, amando...

***

Pra mim o amor é ponto de partida e de chegada...

***

O amor é a janela aberta.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

RUA DA PRAIA

Enquanto eu ando a pé, o mundo passa de uma forma mais lenta. Nas paredes, mais janelas...nas calçadas, muitas cores... e entre esquinas, mil ideias...
O problema todo é a hora de chegar. Ah... essa hora de chegar... Se não fosse ela, cada rua seria uma praia...

ILHA DESCONHECIDA

A genialidade e a estupidez são dois barcos no mesmo porto.

ZECA BELO

O penteado é a mentira da cara.

MAGNETO 1

A coisa mais inútil do mundo é a razão depois do tempo.
O maior atraso que existe é o da certeza.
E é também a melhor ausência.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

PONTE 2

A comunicação é um encontro no meio da ponte da linguagem entre o emissor e o receptor.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

VIVER MUITO É COISA DE VELHO


Ontem fiquei sabendo que meu novo filho, que nascerá em outubro, é um menino... ainda sem nome... esperando, como eu, que o tempo responda suas questões neonatas.

***

O tempo responde tudo... anseia... divaga... acelera... O tempo enche minha cara de rugas, minha cabeleira de fios brancos espalhados, se encontrando, do meio pra frente, daqui pra frente, cada vez mais...
Os amigos vão sumindo... os irmãos, ficando diferentes pela idade acrescida... aquele tio bacana já morreu... o carro antigo que o pai comprara não existe mais... naquela esquina agora tem um prédio enorme e o campinho de futebol virou três casas de concreto.
Tudo muda... tudo é impermanente... tudo deve fluir, sem que queiramos nos segurar no mistério das coisas... sem que tentemos estabelecer verdades eternas, rostos sempre iguais...

***

Mudar é bom e é por isso que morremos.

***

E eu, que estou ficando velho, já fui o nenê esperado de alguém, que foi um nenê também. E é essa mania dos bebês chegarem dominando o mundo que nos faz ter a impressão de que somos perenes como uma pétala...

***

A eternidade é o agora: feliz nele, feliz sempre.
Porque a vida se mede em largura, não em comprimento.

A VIDA DE ALFREDO


Encontrei o Alfredo no cemitério, num velório em comum. Ele me avistou de longe e caminhou, lentamente, em minha direção. Me apertou a mão e falou, com sua tenaz falta de ânimo.
Essa vida é mesmo uma merda!

***

Eu poderia ter dito que discordo, mas preferi o silêncio. Afinal, cada um vê a vida como pode. Eu vejo a minha como um jardim na tempestade... Há flores, raios, trovões e a chuva, que de uma hora a outra se transmuta de força a alimento e traz os mares ao quintal de casa.
A vida é show... é mágica... somos dela, cada um e todos, atores principais... protagonistas da própria história... E não tem segunda chance: é apenas na peça de estreia que subimos ao palco e fazemos, do roteiro, mescla do determinismo e da esperança, a ação que desejarmos.

AS INDAGAÇÕES


A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.
***

Hoje, 30 de julho de 2010, kin 113, Caminhante do Céu Solar, Mario Quintana completaria 104 anos. No mesmo kin, há 104 anos atrás, o mundo começava a ficar mais belo...

CONTATOS MODERNOS


Alan Sieber

O HOMEM QUE NÃO SABIA MORRER


E era tanto frio naquele dia
Que nem o mundo acontecia
Na chama dos dedos, ele observava
[Sob os rastafaris do cobertor de lã
Os movimentos na calçada úmida

Era o ponto mais distante do verão
Mas o calor que lhe faltava
Era dentro...

O coração pode ser
O pior de todos os invernos...

quarta-feira, 14 de julho de 2010

TROFÉU CHICO XAVIER


Passada meia-hora da Copa do Mundo na África, só se fala na Copa do Mundo do Brasil. Quem é a favor, quem é contra, o superfaturamento, o turismo e blábláblá. O que será que os estrangeiros vão pensar? Será que vão reparar as heranças históricas da exploração e do genocídio que provocaram e provocam aqui?
Ai... eu vou ficar com vergonha se os europeus notarem nossos mendigos e favelas.
Vou morrer de vergonha.

***

E o logo da Copa do Brasil 2014 parece o Chico Xavier espiritografando.
Por isso a Copa 2014 vai se chamar Troféu Chico Xavier, pois é pois é.

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E a bola vai ser a Superfatulani.

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E por falar em futebol, o time do Flamengo até que é bom. O que mata é o goleiro.

terça-feira, 13 de julho de 2010

PEDRAS E LINHAS


Depois de alguns anos, caminhei por Santa Rosa, minha cidade natal. Aqui, já não lembro o nome das ruas, das tias e primos nem tão próximos assim, das pessoas... não conheço mais ninguém. As referências pontuais, quase todas perdidas. Lojas e comércios trocam de fachadas, trocam de placas, e parece que tudo é perto da casa da mãe, o centro do mundo aqui.
As ruas de pedras irregulares guardam estranhas linhas retas, como é metódico o progresso e estigmatizados os conceitos do correto... O alemão cortou a amexeira onde eu brincava e os vizinhos seguem invadindo a casa livremente pra saber como estamos todos, nossas profissões, os filhos, o quanto ganhamos e todas as informações possíveis que alimentem suas coleções mentais de vidas.

***

Mas todo motorista para na faixa de pedestres.

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Tudo é cultural. A mente interpreta o mundo... É impossível ver o que não se pode entender. E todo entendimento chega no momento certo... nem um minuto a mais. Embora não pareça, o mundo começa e acaba no um. A cada indivíduo cabem seus passos e suas direções... E cada um elabora os conceitos que consegue... e executa aqueles que pode. Mudando a si, muda-se o todo.

***

Porque a sociedade é como as ruas irregulares de Santa Rosa... Repleta de pedras tortas e linhas retas.

ENTRESQUINAS


A rodoviária de Giurá é uma esquina vazia na cidade.
A cidade de Giruá é uma esquina vazia do pampa.
O pampa é uma esquina vazia do mundo.
O mundo é a esquina vazia onde moro.

sábado, 10 de julho de 2010

O RIO E O OCEANO


Diz-se que o rio treme de medo antes mesmo de cair no oceano.
Olha pra trás, para toda sua jornada, os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, dos povoados... e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Pode-se apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Apenas o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas de tornar-se o oceano.
Por um lado é desaparecimento; por outro, renascimento.
Assim somos nós: voltar é sempre impossível. É preciso ir à frente e se arriscar... é preciso, sempre, ter coragem.

CANTEMOS


Cai a chuva lá de riba tamborilhando no chão
Eu canto, que o peito canta, na rima do coração
Cantemos que a vida passa
Como chuva de verão...

***

Eu já vivi outras vidas. Ao contrário de muitos amigos meus, que já foram imperadores, Jesus (tenho dois amigos que já foram Jesus), mártires, eu fui um operário... Trabalhei tanto que nesta vida eu não quero nada... só vagabundear.
Fui com o Dico e o Nando visitar o cemitério... o túmulo dos avós, do pai e até do tio Torres, encontrado na sincronicidade. Então pensei, ao ver uma cova aberta, a terra espalhada no chão: se eu já tive outras vidas, é porque eu já morri também outras vezes. E se o eu que já morreu estivesse enterrado aqui, neste cemitério? E se o meu outro corpo, passado, já estiver putrefato e comido pela terra, então eu posso ser esta terra aqui, que o eu novo pisa agora. Posso até estar numa árvore dessas, que sombreia a cidade dos mortos... a cidade que só cresce... Então o eu de agora pode estar pisando na terra do eu antigo... ou até mesmo cheirando a nova flor deste ipê em que me transformei.

***

Morrer não deve ser ruim. Todo mundo tá rindo nas fotos... E ninguém vai embora nem reclama...

FILO SOFIA


Eu posso até acreditar, mas não agora!!!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

POETA UMA OVA


Alguns achavam estranho aquele motoboy ser cego.
Mas poucos sabiam de uma mania sua muito mais estranha: escrever poemas dentro de ovos.

MEU AMIGO DIABO


(No ônibus.)
Mãe... esse aqui é meu amigo, o Diabo.
Muito prazer senhora...
Não precisa se assustar não mãe... ele não é aquilo que todo mundo fala. Ele é gente boa!

***

Pó, Diabo. Tu me faz passar por cada constrangimento. Por que passaste a tranca naquela senhora? Sacanagem gratuita? Tu não existe mesmo...

***

Ô Diabo... como teu amigo, vou te dar um conselho. Devolve a carteira do cara, meu. Tu não precisa disso, tchê! Depois que o pessoal fica falando de ti, tu fica com a cara amarrada.

***

Alô... Diabo!? Beleza cara, sou eu. Vambora pro jogo? Às 15h, mas é bom a gente chegar mais cedo, cara. Não... não faz isso. Vai ter segurança lá mano! Cheio de segurança! Não... não pode entrar com bebida. Beleza. Daqui a pouco passo aí. Falou!

***

Bom-dia!? O que era pro senhor?
Eu vim ver as calças jeans da promoção.
Ah... pois não. Venha comigo, sim?
Gostosa!
Como é?
Dizem que essas calças são gostosas.
Ah... são sim. E o preço ta bom.
E vocês trabalham com crediário?
Não, não... só à vista mesmo.
Mas que inferno!

TIO MANECO


Olha a casa do tio Maneco!
Olha o cavalo do tio Maneco!
Olha o tio Maneco!
Oooooi tio Maneco!?

IVANDALÂNDIA


É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na verdade não há!

***

Desperto com essa música um tanto antiga, porém sempre atual. 5h da manhã e o ônibus para em mais uma cidade com nome de santo. Estou sozinho, indo visitar minha mãe, doente. Ela bem que poderia também dar nome a uma cidade... à minha cidade... pois eu percebo, repentinamente, a importância dela em minha vida.

***

Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu.

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Era julho. Ainda longe de uma primavera. A escuridão de toda noite era quebrada por uma luz direcional sobre o rascunho onde eu escrevia, e as fonéticas surgiam ao ritmo da música que eu ouvia.
Isto também passará, como quase tudo em minha vida já passou... Exceto a presença e o amor de minha mãe, sempre a me iluminar, como faz esta pequena luz agora. Preciso urgentemente dizer a ela o quanto a amo, antes que o mundo acabe. Antes que um de nós deixe a vida mais cinza...
Porque na vida, tudo fica antigo: menos as mães e as músicas.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

2 DE JULHO


Um ano não é nada
E é muito tempo
Quem dera a vida andasse para trás

Mas esta vida é assim
E não tem jeito
E vai pro sempre o nunca mais...

Então eu penso,
Como um clic na memória,
N'alguma história, uma lembrança, uma canção

E achava até que era só falta de sorte
Que entre a vida havia a morte, havia o não,
Mas à mentira o puro amor sempre socorre
Pois nunca morre este amor no coração.

ENTRE SEGUNDAS


Que dia é hoje? Segunda? Segunda-feira? Já é segunda-feira?

***

Quem é que tá jogando? É o Brasil que tá jogando? Já é meio-dia então? Como? Contra quem o Brasil tá jogando? Ãh?

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Tá pronto o almoço? Já dá pra comer alguma coisa? O que é que tem pra comer? E tu quem és que eu não conheço? Minha neta? Ah... como tá bonita e grande!

***

Dá pra botar no canal da missa? Eu gosto daquele padre bonito... Esse é o canal da missa? É o canal da missa? Ah bom... Então não começou ainda?

***

Já é segunda-feira de novo?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

TOCA UM RAULLLL


As verdades são falácias; são muros prestes a cair. Como pode haver verdade num mundo tão distinto, de culturas, credos e concepções tão diferentes?
A verdade é escrava do ponto de vista. É areia no bolso; é vontade que passa; ânimo finito.
E eu já tive tantas verdades que não tenho mais...

***

Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

ONDE OLIMPO?


Cronos comia os filhos para enganar o tempo, mas poupou Zeus, que era o queridinho do papai. Mas como o mundo dá voltas, o queridinho revoltou-se e matou o velho pra sacar os irmãos Poseidon e Hades da pança cronática e gorvernarem o universo, conjuntamente juntos... pois é pois é.

***

Hades, o mais velho, queria o direito do primogênito à escolha, afinal de contas, havia o céu e a Terra, os mares e o mundo dos mortos para serem governados entre os três... Mas Zeus bateu o pé (bico pra ele) e, no sorteio do palito, ficou sendo o deus dos deuses. Poseidon ficou com os mares... barbada. E sobrou a Hades o mundo dos mortos (sacanagem!!!) e ele tornou-se um deus triste.

***

Ninguém rezava nem homenageava Hades. Muito pelo contrário: todos o temiam. Claro, pois dele ninguém escapava, exceto Jesus, mas isso é outra e longa história.

***

Sísifo tentou enganar Hades e se fazer de vivo pra ficar ali, na terrinha, na boa, curtindo uma eternidade. Pediu pra nega não enterrar seu corpo quando morresse e disse a Hades e Perséfones que desejava voltar pra se vingar da mulher. Só que Hades descobriu e o obrigou a rolar, todo santo dia, uma pedra até o alto de uma montanha, até o fim dos tempos. Por isso lá no Olimpo eles dizem: aquele sisifu.

***

Orfeu tocava sua lira e fazia magias. Contudo, não pôde evitar a morte de sua nega, Eurídice, que foi atacada por um Sátiro safadão, que bandeava pelo milharal e a perseguiu a três-pernas. Então Orfeu foi lá bater um lero com Hades, ver se resgatava seu cobertor-de-orelha. Tocou a lira e encantou a todos, fazendo com que Hades deixasse que Eurídice o seguisse até o mundo dos vivos. Mas, e todo deus tem seu mas, se, durante o percurso de retorno, Orfeu olhasse para trás, a perderia para sempre. Era uma prova de confiança nela e nos deuses. É claro que Orfeu não se aguentou e deu aquela espiadinha por cima do ombro... Mas como a Hades ninguém engana, Eurídice ficou presa eternamente nas cavernas do submundo. E Orfeu virou um cantor chorão, dando origem à música sertaneja. Pois é pois é.

***

Eu só queria saber onde estão os deuses em que eu não acredito.

MÁQUINA DE FAZER SOM


Isto é quase inacreditável.
Esta incrível máquina foi construída como um esforço colaborativo entre o Robert M. Trammell Music Conservatory e Sharon Wick School of Engenharia da Universidade de Iowa. Surpreendentemente, 97% dos componentes de máquinas vieram da John Deere Industries and Irrigation Equipamentos de Bancroft... Sim equipamentos agrícolas!
A equipe gastou 13.029 horas entre set-up, alinhamento, calibragem e ajustes antes de filmar este vídeo. A máquina agora está em exibição no Matthew Gerhard Alumni Hall, na Universidade, e já está programado para ser doada ao Smithsonian.

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Muito estudo pra fazer o que os pássaros fazem ao natural...

SAL DE CHATO


Cruzei a fronteira da chatice e devo um níquel pro Caronte.

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É que cada dia que passa eu gosto de menos coisas. Estou virando um velho e chato, acho, tenho quase certeza... Mas quem não está?

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Não gosto de vuvuzelas; não gosto de visitas. Se tem coisa que não suporto é fazer compras e andar no meio da multidão. Não consigo com fôlderes e panfletos nas esquinas, nem com jornais e revistas gratuitos. Tô sem tesão pra escrita e poucos filmes me chamam atenção. Não tô jogando bola nem fazendo esporte algum. Tô detestando café doce e papo sobre espiritualidade. Não aguento mais telefonema demorado e corrida de F1. Antes eu gostava de rio gelado, de água de côco, de brinquedo de parquinho da Fenadoce. Antes eu gostava até de doce... Adorava ler José Simão e ficava acordado até tarde pra ver o Jô: dois chatos, que nem eu. Que nem o Caetano Veloso, o Vitor Ramil. Todos chatos. Eu gostava de ver futebol na Bandeirantes,, antes dela estar cheia de chatos. Gostava de encontrar artistas pelotenses pelas noites... agora noites chatas, e os artistas, vaidosos malas. Gostava de debate político, meu deus. Eu gostava sim... Mas agora, bando de demagogos, safados... todos, uns sem-graça, que nem o cara do mercado e o cobrador do ônibus.

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Alguém ponha um pouco de sal no mundo!?

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Tenho que atentar para o que eu estou me tornando: um chato.

terça-feira, 15 de junho de 2010

JULES RIMET


Há duas gerações que Marx Lênin era proibido falar no assunto. Desde que seu avô Godofredo fizera aquele memorável crime, que a família começou a mudar. A vó não ia mais ao super. A mãe não podia ter amigas... Seus tios todos se tornaram padres e seu pai, um sigiloso genro... Toda a atmosfera do mundo afora se restringia àquele segredo..
Ele, desde criança, não podia falar nada pra ninguém. Ele tinha um valioso objeto no armário, mas não podia mostrá-lo pra ninguém... nem pros seus melhores amigos. Era um segredo só seu. E quando, em algum programa esportivo que assistia, ouvia falar no seu nome... tremia. Afinal de contas, se alguém, quem quer que fosse, neste Brasilzão de Deus, se alguém aqui soubesse que ele tinha a Jules Rimet, ia dar morte. Certo que ia.