quinta-feira, 21 de setembro de 2017

CAMARADA

Não adianta, meu amigo
Desta paixão avassaladora
Ninguém pode proteger-te
Vais cair, não há escolhas...

Abre o olho, camarada
Depois da queda, há os dias
Longos dias para ser sincero...

E você vai ficar
Olhando pra ela como o cão olha pro frango
E ela então se sentirá
Como o último copo d’água no deserto,
A última gasolina do posto,
A última seda de domingo...

E só então você saberá
Se era tudo uma armadilha
Se valeu esta comida

E se ela também vale o que come.

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