terça-feira, 11 de setembro de 2012

UMA GARRAFA DE COCA

Os dias em que eu ando a pé o dia parece ficar diferente... mais comprido, moroso, não sei. E quando eu vou pegar um ônibus pra praia, eu fico paradão ali, na calçada, pensando em coisas da vida.
[As paradas de ônibus são transformadoras...

***

Então aparece uma pessoa.
Outra pessoa.
Em segundos, a multidão se agrupa em pequenos metros quadrados.
Esperando, cada qual com seu comportamento, lotação pralgum lugar.
Tem o punk... a tia das sacolas.
Tem os guris do colégio e o Giovanaz, que também tá descendo pra praia.
Um ônibus para e uma mulher desce.
Ela joga uma garrafinha de Coca-Cola no asfalto, descartando o lixo que levava.
Sem saber que o pior lixo se leva na mente...

***

Eu olho para o Giovanaz e no olhar nos concordamos.
Aquilo era muito significativo... A Coca-lixo no asfalto da população mecanicabsurda!
Pensei então no que aquilo significava no carma da humanidade
[a única espécie que produz lixo

Porque se eu junto aquele lixo jogado, como impulsionei de imediato, eu não estou ajudando a humanidade a cumprir o que ela parece estar determinada, que é acabar com sua própria raça.
Dúvida cruel...

***

Juntei.
Mas, como não havia uma lixeira sequer perto de mim, tive que dar um pico até o bar.
O ônibus passou e foi embora sem mim.
O Giovanaz ficou, na parceria.
Tudo bem, pegamos o próximo, ele falou sorrindo.
O próximo ônibus, uma história diferente pela frente, com certeza...
Outra insubstancialidade, que liga tudo...
Neste mundo repletos de cacos
[que se encontram.

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