segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

CLAUDINHO NÃO QUER MORRER

O Claudinho é maníaco-depressivo. Eu demorei pra descobrir isso, pois ele tá sempre rindo, muito simpático e querido... querido mesmo. Ele é tão querido que nessa semana tentou se matar de terno e gravata pra não dar o trabalho de sua mãe vestir defunto. Por Deus! Mas o plano dele deu errado e ele segue vivo.
Isso me fez pensar numa coisa, mais especificamente um verbo, que norteia todo o desenvolvimento da humanidade, sapiensamente falando. Trata-se do querer, verbo transitivo direto, lume dos ideários. Sim, pois o homem moderno consegue tudo o que quer. Isto é fato! Claro que o querer pode ser afetado pela necessidade, mas nunca, em sua essência, deixará de ser querer. O querer é a partícula imaterial que estimula a ação. O querer é o primeiro passo para que o cara levante da cadeira, mude um canal de TV, tome um banho de chuva, destrua florestas, atire na mãe... E o querer não tem nem oposto: não existe não-querer. O não-querer nada mais é que o querer a outra coisa.
O querer é a semente, e a semeadura é livre. Contudo, a colheita é obrigatória. Quando o homem quer poder, colhe desigualdade. Quando quer concreto, colhe destruição. Se quiser carne e fumo, colherá câncer. Agora, se quiser amor, colherá parceria. Quando quiser respeito, colherá valores. Se quiser igualdade, colherá unicidade.
Não é o mundo que tem que mudar: é a vontade do homem. "Quando a gente muda o mundo muda com a gente"... E pro homem, com seu grave defeito da racionalidade, conseguir transformar o seu querer, deverá mudar primeiro a sua própria essência axiológica e sua relação com o todo.

Porque se eu não me engano, o Claudinho não quer morrer.

Um comentário:

Leonardo Peixoto disse...

diria eu que se todos vivessem idealizando um mundo melhor, mesmo que sem querer, conseguiríamos faze-lo.

do mesmo jeito que se tu persegue um objetivo, um dia tu consegue e pode achar que foi realmente sorte, mas passou muito tempo tentando.

e, enfim, saudades de conversar contigo cara...


abraços.