quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

NOVO DE VELHO

Eu estudei Direito na UFPel até a metade do 4º ano (8º semestre). Fui da turma do Lato Sensu, que ficou marcada pelo seu direitismo exacerbado e pela ganância de uma gurizada branquela, que ria das tragédias e contabilizava em moeda a justiça, que eu particularmente chamo de hipocrisia formal. Claro que tinha gente boa lá, como o Betinho, o Rafa, o Alex Mala, o Nico e alguns outros, de se contar numa mão e meia. Já dos professores, pouquíssimos se escapariam da forca no meu sonho libertário. Sorte deles que já saí desta onda de rancor, muito pelo contrário: até agradeço pela estupidez deles, pois foi o que me fez cair na real e me mandar de lá.

Eu pensava que o 3º Grau, a academia, teria de ser menos ortodoxa, arcaiaca, preconceituosa... Sabia que algo esperava por mim. Foi então que passei no Cinema, 1ª turma da mesma Universidade. Eu iria estudar arte, caraca!!! Tudo se encaixou... Mas ontem, no final do 2º semestre, fiquei pensando sobre o velho e o novo, pois percebi que pouca coisa mudara em relação ao Direito e que, afora as pessoas, muito mais simples, inteligentes e queridas, o método arcaico de ensino segue como regra absoluta. Sem falar no sistema educacional verticalizado e da distância abismal entre o professor que manda e o aluno que obedece, com raras exceções, no caos do ensino público, sem verba, sem interesse, como migalhas para a massa pobre.

Passei em duas cadeiras, de um total de sete. Reprovei em cinco por infreqüência, como se minha presença física em aulas muitas vezes monótonas e improdutivas fosse critério para avaliar meu conhecimento. Sim, pois nas duas cadeiras que passei fiquei com uma das maiores notas de toda turma, embora saiba que é ridículo dar notas a alguém que busca conhecimento e cresceimento. O fato é que há professores que ensinam o que nem sabem, exercendo burocraticamente um cargo de funcionário público e não de educador, mas tudo bem... tudo é o processo de sucateamento do saber, em pauta do nosso Governo Federal, mas isso é outra conversa.

O fato é que eu fiquei tri afim de sair fora novamente: eu, que tô corrento atrás da máquina, fazendo filme, trabalhando minha forma de comunicação, levando também o nome do curso por onde ando, abrindo picadas a facão..., tomo esta facada do contra-academicismo. Mas muito dos que me reprovaram ainda não sabem porque eu não tenho onde anotar, mas eles também estão reprovados.

Reprovados!!!!

Não citarei nomes... o preceito Rinri de hoje pede respeito a si e aos outros... Mas escrevo, pois me liberto nas letras. E critico, pois sou livre e assino, como pede a Carta Magna do nosso teatro social, e não admito uma academia que aprisiona muito mais que liberta, que cobra muito mais que concede, que se mantém longe e pune.

E não adianta se disfarçar de moderno, porque o velho eu conheço no olho.

Um comentário:

Bernardo disse...

ÀSSSNORRRMASSSSSSSSS