quinta-feira, 31 de julho de 2008

O PRIMO DO AQUILES

Era setembro de 93... numa noite insana, escalei a torre da telefonia em Santa Rosa e acabei no xilindró (invasão de propriedade privada). Quando eu contei essa história pro Tiaguito, ele me falou: Bah magrão... aqui em Pelotas eu não tenho essa vibe. Eu sou primo do Aquiles.
O Aquiles é um sub-comandante da Brigada Militar e o Tiaguinho me falou que, quando ele tomava um atraque da lei, ele falava do primo Aquiles e tudo ficava limpeza. Eu achei o máximo... existia uma senha pra escapar da milícia estadual... Era só dizer Eu sou o primo do Aquiles e a Inês estava mortinha...
Aquela história me seduziu... eu tava louco pra cair numa blitz e dizer: Eu sou primo do Aquiles! Que barato... Foi então que eu contei essa história da senha prum amigo que contou proutro amigo que contou pra um amigo láááá do outro lado da cidade que contou pra um cunhado que contou pro carona da moto do amigo da professora que contou pro Mata-rindo.
O Mata-rindo era um cara perverso. Era ruim mesmo o tal do Mata-rindo. Era daqueles que cuspia na mãe, atirava no cachorro, beliscava criança e tal... O Mata-rindo jogava tachinha em salão de baile e colocava Superbonder em fechadura de automóvel. Uma praga! A ficha criminal dele era tão grande que tinha que ser impressa em papel toalha. Por deus! Era maior que xingada de gago.
E foi o Mata-rindo que fez a história do primo do Aquiles ter um desfecho engraçado. Engraçado pra mim, digo. É que ele dobrou um esquina numa madrugada e deu de cara com o soldado Peres e o cabo Pestana, do 1º Batalhão. Trazia consigo um 38 com numeração raspada, uma camisa do Grêmio e 20g de maconha do Brooklin, o Mata-rindo. E quando foi abordado, as sinapses informaram, lá de um canto remoto de sua memória, a existência de uma senha pra escapar dali.

Eu sou o sobrinho... sou o tio... eu sou o padrinho do Alcides.... Sou o cumpadre do Aristóteles!

Tejepreso!

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