quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O ÚLTIMO CENTROAVANTE DE BIGODE


Eu sou do tempo em que jogador de futebol tinha alcunha, e isso não tinha nada a ver com a qualidade de seu futebol, pois os apelidos grudavam (como sombra) em caras como o Edson Arantes e o Manoel dos Santos, vulgos Pelé e Garrincha, pra não falar de outros, de menor sucesso, como o Sapólio, o Pardal, o Pequeno, o Lamparina, o Cavaco, o Sabiá, o Lima, o Alfinete e o Ali-Babá. Hoje a moda é dois nomes, como Washington Luis, Luis Fabiano, Augusto Silva, Renato Souza e o Carlos Alberto... é chique ter dois nomes... O futebol cresceu em cifras e letras... os estádios também modernizaram, os penteados estão cada vez mais chamativos e os uniformes cada vez mais parecem ter saído da São Paulo Fashion Week.
Mas, contudo e porém, sempre existem exceções à regra e, por incrível que pareça, ainda hoje, a gente encontra, raros casos, jogador com apelido feio como o Gafanhoto, o Canhotinho, o Moringa e o Serpentina. Da mesma forma, é só dar um giro pelo interior do país para encontrar estádios que parecem chiqueiros, abandonados, mato alto, arquibancada de madeira e tal, além de uniformes horríveis, como aquelas camisetas de lã da década de oitenta. Se encontra sim... ainda sim, embora abnegue o caminho contemporâneo da modernidade futebolística.
Agora, uma coisa que nunca mais ninguém verá, e a isso eu boto minha mão no fogo, é um centroavante de bigode. Bigode nunca mais! Depois do Valdir, nenhum. Só nas figurinhas da Copa de 70.

Nenhum comentário: