sexta-feira, 28 de maio de 2010

ELE, ELA E O MORENO


Ela saiu pra comprar pão e ele nunca soube que aquela era a banda que a faria decidir que o largaria pra ficar com o moreno que morava na Dom Pedro e se fizera de amigo pra poder se aproximar.

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Ela disse não e pediu apartamento. Ele quis saber porquês, enquanto que o moreno prometia ser o que Platão nem ideara; na cama, nas flores, no samba... Ela acreditou, como acreditava sempre, e ele passou de mito a chato.

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Meu bem pra lá, meus bens pra cá... Ela e o moreno montaram mercadinho e, entre o vasto sexo novo, atendiam à comunidade. Ele, partido em dois, projetava vida nova sem sua metade, num quartinho emprestado de um amigo seu, porque a escada da vida nem sempre sobe...

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Tanto é que o moreno já tinha arrumado outra nega, e a mulher do amigo muito a ele interessava...

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Pois o outro é a fuga de si.
Não importa quem se queira... A mente inquieta não suporta o vazio.

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