sexta-feira, 21 de maio de 2010
A RUA
Eu não sei se moro no início ou no final da minha rua.
***
De manhã cedinho
Pessoas caminham
Num ritmo acelerado
Pra algum lugar
Algum emprego
Um escritório qualquer
Onde batem ponto
E se reconhecem
Como pessoas de bem
Por escravizarem seu tempo
Em troca de moedas...
Este é o início da rua.
***
À noitinha
Bem na calada da lua
Outras pessoas aparecem
Todas pretas
Uns demônios observam, outros entram nas bocas de fumo
Outros tantos trepam nas sombras ocultas,
Picham muros e quebram vidraças
No ponto exato onde acaba a rua.
***
Da vidraça, viro peixe. Observo o mundo, dando voltas às costas das gentes. Enquanto isso, uma expedição encontra um alpinista, morto há décadas, absolutamente conservado pelo frio dos Alpes. Seus filhos, ao olharem o corpo, vêem o pai mais novo que eles próprios... e enterram, junto ao corpo, sonhos que até então estavam vivos.
***
Sonhos morrem.
Sonhos vivem.
E os meus, em que passo estão?
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