domingo, 14 de novembro de 2010

TEMPO DO NÃO-TEMPO


O tempo,
Cascata de horas,
Madura as amoras
E presenteia o homem
Entre os pôres e o nascer dos dias...

O tempo
Com o nunca e o semre em cada mão
Vai do sim ao não,
Rasga a semente, murcha a flor
Molda tudo quanto é amor
Tempera cada estação...

Quem sabe um dia
O tempo, já cansado de vagar,
Deixe, ainda enquanto é tempo,
O não-tempo governar

Cairiam toda tinta e todas as paredes
E todas leis e todas as fronteiras
Seriam meras brincadeiras
Seriam mera invenção...

E as pedras tristes ficariam
Quiçá, simplesmente sumiriam,
Ante a eternidade, ora cotidiana,
Do doce mundo sem ponteiros.

Nenhum comentário: