sexta-feira, 10 de outubro de 2008

SUPERADOBE


A permacultura é realmente um grande instrumento a ser potencializado. É inovadora, não só em termos de bioconstruções, mas também no desenvolvimento organizacional de ecovilas, outro termo muito moderno que vem sendo trabalhado ante o colapso do convívio social e da qualidade dos dias na metrópole. Claro que sustentabilidade, ecovila e permacultura são gotas no oceano do processo de ruptura e crises em que a sociedade contemporânea se encontra, sejam elas ambiental, social, política ou estrutural. Vejo também o calendário de 13 luas e 28 dias como a forma mais eficaz de fazer do agora arte, de perceber o deísmo das coisas, de perceber os cristais que cada um traz consigo, o outro eu... o eu em outros... Da justiça harmônica à organização participativa...
Mas assim como creio em tantas outras coisas, não farei aqui dessa postagem um amplo campo das coisas em que acredito, um festival de realidades, pois nem quero, nem tenho certeza do que sei, e posso também estar falando um monte de equívocos viciados em meu ponto de vista... Mas se não puder lidar com meu singelo e limitado ponto de vista não teria um blog, e sim um universo só pra mim, assim como o magnata burguês personificado que a igreja chama de deus.

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Este tópico é sobre o superadobe, um método de construção revolucionador criado em estudos da Nasa por um iraniano chamado Nader Khalili e que objetivava edificações em solos lunares. A base dele, o superadobe, é o saco de tecido de polipropileno preenchido com subsolo, o que o torna, talvez, na maneira mais simples de construir com terra, pois não é necessário fazer qualquer teste com o material, não é preciso peneirar a terra, nem moldá-la e nem acrescentar palha. As paredes são erguidas muito rapidamente, mas é preciso ter uma equipe de pelo menos cinco pessoas.



O superadobe necessita de ferramentas simples para sua execução:
- um pedaço de cano que servirá como funil (tubo de PVC de 250 mm é o ideal)
- pedaços de sacos de polipropileno (servem também sacos de adubo),
- soquetes
- arame farpado (colocado entre as camadas)
- baldes
- marretas de borracha para aprumar as fiadas.

O rolo de polipropileno (bobina) tem aproximadamente 50 cm de largura. Ele é cortado em pedaços do comprimento da parede a ser construída, deixando-se uma pequena sobra em cada ponta para fazer o acabamento.
Este grande saco vai sendo preenchido com terra, com a ajuda de um cano que funciona como um funil. Assim vão sendo formadas as “fiadas” (camadas) que depois são - bem - socadas, cobertas por outra fiada e assim sucessivamente, até a parede ser completamente erguida.
As paredes devem ser isoladas do contato com o chão, para evitar problemas com umidade, utilizando o próprio superadobe, só que em lugar de terra, deve-se usar areia e cimento, na proporção 9/1, nas primeiras fiadas, até acima do nível do solo.

É muito importante que as fiadas sejam muito bem socadas. Quanto mais compactada, melhor será a sua parede. Sempre fique atento ao prumo!


As paredes de superadobe são estruturais, portanto dispensam a construção de pilares ou vigas, e permitem instalações elétricas e hidráulicas embutidas ou aparentes.
Após a remoção do saco, o recomendado é a utilização de um reboco natural, à base de cal hidráulica e terra.

PARA SABER MAIS:
http://www.ecocentro.org
http://www.ecocentro.org/bioconstruindo/superadobe.html
http://www.vimeo.com/1491473

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