quarta-feira, 12 de maio de 2010

OI


Os dois ciclistas iam se afastando... eu andava a pé. Atrás deles, um céu negro, repleto de estrelas... tantas que, se traçadas, demonstrariam o nó da criação divina. Uma complexidade tão imensa que nem os altos muros da filosofia conseguem cercar...
Um cachorro deitado na rua; uma rua deitada no mundo. Meu caminho é um mapa e o xis do meu destino são as estrelas, de onde venho, pra onde volto, a ser mais um ponto a ser traçado por um observador da tridimensionalidade...
Lá, no ensejo da questão do tempo, de repente, eu já seja uma... cada um de nós pode ser uma... Em algum ponto da precipitação temporal, de repente, nem nascemos ainda...
Uma estrela cai, risca o céu. Mas as estrelas não caem: elas apenas dão um oi, na sua forma brilhante de comunicar. Nós, aqui, nesta tênue passagem, damos o oi que podemos.

Um comentário:

Emilene Lopes disse...

Belo texto, por si ele fala o necessário...
Bjs da Mila