terça-feira, 18 de maio de 2010

REPIPOCA


Ontem na noite fiz uma aventura que entraria pro livro das aventuras do Duda, se um dia existir. Capítulo das coisas mais malucas, lá pela página 8.903. É que quando o Johan era pequeno (6 meses), dei a ele um cachorro labrador chamado Pipoca. O Zé Pequeno recém havia morrido e a tristeza da não-presença canina sentida pela Nena e pelo Alemão me fizeram presenteá-los com um cachorrinho meigo, amarelinho, que fedia a leite e pulava pelos cantos, o Pipoca. Virou até música...

***

Ele chegou em casa doente e mamou do leite excedente da jovem mãemãezinha Nena, que parecia a vaca das cinco tetas... airbag duplo, enfim... Bebeu do nosso leite, como diria o prefeito..., mais do Jojô do que meu... porque eu sempre me interessei foi pela embalagem, mas isso é uma outra história.

***

Depois de um ano na praia do Laranjal, o Pipoca (junto com o Chico e o Kin) foram morar comigo no mato e, a posteriori, na Colônia, pra onde levei mulher e filho. Pois bem... quando fui viajar, o Pipoca sumiu e nunca mais o vimos. Seis meses de procura... A certeza de que agora, com nossa família de volta à praia, tudo seria diferente... Os seres avisaram... o pressentimento virou convicção, e o Pipoca foi visto numa casa na colônia, agora com o codinome Jake.

***

Entrei no carro.
Uma caixa de bombom.
Não era pra mim.
Era pra família que abrigou o Jake, digo, o Pipoca.
Chegamos.
Era ele, deitado na grama.
Pipoca!!!
Choro.
Conversas acerca.
Viajamos; Pois eu cuidei dele.
É manso; E lindo.
Apareceu por aqui...
Só que havia um detalhe que não contávamos.
A família não queria devolvê-lo.
Nem dinheiro, nem chocolate.
Queriam o Jake.
E eu, o Pipoca.
2 em 1, como os velhos Sony.
Jaaaaaaake: vem.
Pipooooooca, aqui.
Ele fica.
Ele vai!
Vou chamar a polícia!
Que ingratidão! A polícia?
O cara gordo levou o Pipoca (ou o Jake?) pra dentro de casa.
A mulherada chorava.
A minha e a dele.
E o que estava em jogo agora era a minha reputação com a Nena, ora bolas.
Marido macho, isso que sou.
Grande reprodutor.
O pedreiro jogou o chocolate no chão, para o deleite dos outros cuscos.
Tiveram o privilégio de me chamar de ignorante.
Os únicos no mundo.
E quase deu briga.
Eu ia matá-lo por amor.
Cheguei a pensar rapidamente em sumir dali com o Pipoca e deixar a Mariana.
Ela que fuja de ônibus.
Mas não fiz.
O fato é que eu saí de lá com o Pipoca.
Marido macho.
E meu filho ganhou o mesmo cachorro pela segunda vez.
Nem deu tempo de dizer obrigado.
Nem tchau.
Mas agradeço, de coração, pelo cuidado que tiveram.
É o apego, disse o cara.
Mas se alguém tem que dormir mal, que seja ele e não eu.
Cordialmente, em algum lugar do cosmos, agradeço.
Pelo Jake, digo, Pipoca.
Até uma hora qualquer.
A gente se vê...
Ops... cuidado aí com as pedras...
Aquele abraço.
Fui.
Fomos.

Um comentário:

Mariana disse...

poxa, por essa eu não esperava!!!!