sexta-feira, 30 de julho de 2010

VIVER MUITO É COISA DE VELHO


Ontem fiquei sabendo que meu novo filho, que nascerá em outubro, é um menino... ainda sem nome... esperando, como eu, que o tempo responda suas questões neonatas.

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O tempo responde tudo... anseia... divaga... acelera... O tempo enche minha cara de rugas, minha cabeleira de fios brancos espalhados, se encontrando, do meio pra frente, daqui pra frente, cada vez mais...
Os amigos vão sumindo... os irmãos, ficando diferentes pela idade acrescida... aquele tio bacana já morreu... o carro antigo que o pai comprara não existe mais... naquela esquina agora tem um prédio enorme e o campinho de futebol virou três casas de concreto.
Tudo muda... tudo é impermanente... tudo deve fluir, sem que queiramos nos segurar no mistério das coisas... sem que tentemos estabelecer verdades eternas, rostos sempre iguais...

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Mudar é bom e é por isso que morremos.

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E eu, que estou ficando velho, já fui o nenê esperado de alguém, que foi um nenê também. E é essa mania dos bebês chegarem dominando o mundo que nos faz ter a impressão de que somos perenes como uma pétala...

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A eternidade é o agora: feliz nele, feliz sempre.
Porque a vida se mede em largura, não em comprimento.

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