quarta-feira, 22 de junho de 2011

AS MANIAS


Um amigo meu foi dar uma consulta advocatícia a um cliente desconhecido. Quando chegou na casa, foi recebido por um homem bem vestido que lhe perguntou o nome.
Depois, lhe perguntou o nome de seu bisavô. Depois, se ele, meu amigo, sabia que em Rio Grande tinha o Superporto. Tudo isso respondido prontamente pelo amigo advogado.
Passados breves segundos, o homem perguntou novamente sobre o bisavô e sobre o superporto. Até que entrou na sala outro homem, o verdadeiro cliente, que disse ao meu amigo:
Não dá bola pra ele não... hoje ele tá conversador.

Aí que meu amigo percebeu que tinha sido recebido por um esquizofrênico paranóico.

***

A grande sacada é que por breves minutos meu amigo entrou na loucura do esquizofrênico e conversou com ele até que o papo ficasse irreversivelmente estranho. Então, neste interím, por um lapso temporal delimitado, um deles era normalmente louco e o outro era loucamente normal.
E então eu pego a deixa e faço esta simples pergunta: O que é ser louco e o que é ser normal?

***

Quem não for louco que atire a primeira pedra.

***

Lembrei de várias manias minhas que, se analisadas pontualmente, todos vão me chamar de louco. Lembrei também das manias dos outros loucos normais que eu conheço... Cada louco com sua mania. O cara que cuspia no chão. O outro que beliscava a bunda e cheirava a mão. O outro que não podia com o barulho do chinelo arrastando. O outro que enlouquecia com plástico-bolha...
Minha nossa... o mundo é dos loucos.
Dos loucos, o mundo.
Mundo louco.
Locoloco.
Mundo.

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