segunda-feira, 20 de junho de 2011
FESSOCIAL
Eu levei o Johan no parque de diversões da Fenadoce e me senti uma ideal unidade consumidora. Aliás, em feiras como esta, a Fenadoce, todos são unidades consumidoras... todos são moedas que tilintam a cada passo. E todos querem ser... Compras e consumo... os estandes te convencem que tem o que tu precisas... e tu também te convence em pagar uma fortuna por um monte de bobagem...
O retrato-falado do ser social.
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O ser social andou de carrossel e carro-choque, mas não percebeu que o carrossel é o modelo clássico do humano moderno, que anda não sabe pra onde, que não pensa nos estigmas e paradigmas cruéis de sua sociedade... que roda, roda, mas não sai do lugar.
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O ser social sentou na praça de alimentação e aplaudiu mostras ingênuas de cultura. Bebeu e se empanturrou. O ser social tomou sorvete e saiu sentindo um enorme (e aparentemente inexplicável) vazio existencial, porque voltou tão sozinho quanto chegara e não obteve resposta alguma... Um dejà vú cinzento...
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O ser social serviu de parafuso da festa burguesa, realizada numa ilha distante, com convites caros, com uma correria humana desordenada... um fim do mundo de luz e preços.
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Mas o ser social viu na alegria momentânea de seu filho o significado de tudo. E por mais fugaz que fosse aquele momento, ver o sorriso da criança foi a prova de que o ser social ainda crê e valoriza o amor.
O ser social acredita na alegria.
O ser social se sente bem ao ver os outros bem.
Isso é mais que humano, é brasileiro.
E é por isso que brincar de ser social sempre foi e sempre será um divertido jogo de faz-de-contas.
Tenha o preço que tiver...
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