O Confiltro era um maluco que dirigia um carro imaginário pelas ruas da cidade. Ele trocava as marchas, fazias as curvas, dava pisca e estacionava de ré, enquanto, por entre os lábios, roncava o motor 2.0.
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A Mêtcha era uma mendiga russa tão (ou mais) louca que o Confiltro... Ela pedia roupas velhas e comida pela grade daquela casa da infância
[a cada dia mais distante
e eu ainda lembro do seu cheiro e de suas histórias sobre uma família que nunca existiu...
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Um dia ela, Mêtcha, conheceu o Confiltro e foi paixão à primeira vista; literalmente um louco amor.
Eles passeavam juntos no carro imaginário do Confiltro, a Mêtcha atrás, o segurando pela cintura... Buzinavam e acenavam quando passavam pela vizinhança... um passeio tranquilo de carro imaginário por uma cidade pacata do interior... um casalsinho loucamente enamorado... o amor é lindo... e as más línguas diziam que ela, Mêtcha, era maria-gasolina e só estava com o Confiltro por causa do carro...
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Mais louco que a loucura.
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Várias pessoas, cheias de planos
Querem me explicar os seus desenganos
Suas maravilhosas ideias que não deram certo
[mas darão um dia
Querem me arrastar pras suas loucuras
Como um carona imaginário...
Mas eu quero ir a pé
Tranquila e serenamente caminhando
Pelas calçadas, cordões e beiras de rua
Onde às poças brilha a mesma lua
E eu possa escolher minhas esquinas.
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De carona com louco?
Só se eu dirigir!
Um comentário:
Tu dirige e eu vou na janela...
Muito boa Dudinha.
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