sábado, 31 de maio de 2008

A LUZ DO POSTE


Ilusão mesmo é achar que o eu existe.
A vacuidade e a impermanência são grandes ensinamentos... Através deles podemos perceber que cada um é o outro refletido, como elos em correntes, onde a fragilidade de cada elo corresponde ao fracasso coletivo, onde os defeitos vistos nos outros são a própria manifestação de nossas maiores imperfeições contidas e que, quando se percebe que o corpo morre e, quando se vai ver, já não se há, que todas as coisas são fugazes, a começar pelo exato instante... Quando tudo isso começa a se tornar claro, a percepção de que é ilusão achar-se fora de um grande todo, dirigido por egos e poderes, por belezas e vaidades, se torna evidente.

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A luz do poste não existe para iluminar a rua... Ela existe por si só, na soma de componentes químico-eletrônicos, seja lá o que for. Ela não quer nada... nem se preocupa com a destinação que a racionalidade humana lhe dá.
A luz existe para brilhar a sua luminiscência intrínseca.

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