sábado, 19 de dezembro de 2009

JANELA DE TINTA


Escrevo
Como quem desocupa uma gaveta velha
Retiro as meias, pequenos bibelôs
Uma carta de amor...
Te mando flor
Te digo tudo, muito mais
Do que eu mesmo creio

Espeto a faca,
Corto a língua flácida da palavra
Boca-muralha, viaduto expresso pela mão

E no papel
Claro lugar onde desnudo fico
Construo ideais castelos
E espio o mundo
Por uma janela de tinta.

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