O homenageado ganhou uma vaca.
Surpreendentemente premiado, ele achava que ganharia um troféu, uma placa, mas enfim... ganhou uma vaca.
Na cara dos organizadores do evento, a alegria de premiar um ídolo.
Ele, ídolo, muito educado (como é de costume dos ídolos, não?), sorria.
Mas no fundo, andava ele preocupado com o que faria com aquele leitoso bônus!
Uma vaca!
***
Ele abraçou e beijou a vaca.
Fotos de todos os lugares... flashes mais flashes...
Ele e a vaca, a vaca e ele.
Ele amareladamente mostrava seus dentes.
Ela apenas ruminava, mexia a cabeça vacosamente, mas mantinha-se em silêncio, comportadamente, afinal de contas, era o Grande Prêmio.
Ela, a vaca.
A música tocava...
As pessoas brindavam.
Aos poucos, os convidados iam abandonando o lugar.
Quase todos, até restar uma meia dúzia de fãs (os maiores fãs do maior ídolo da maior vaca).
Era o momento ideal.
O ídolo foi ao banheiro.
No final do corredor, deixara uma pequena janela aberta.
O vento entrava com sussurro de fuga pela tal janela.
O ídolo não fora mais visto na cidade.
E no final do evento, restou apenas a vaca.
Comportadamente ruminando.
***
Noutro dia, dezenas de cagalhões na sala de entrega do prêmio bovino.
Quem encontrou a vaca deitada e seus cagalhões foi a Carmem, da limpeza.
Que não era fã do ídolo.
E diga-se de passagem que o ídolo perdera vários fãs por ter abandonado a vaca.
E esse é o fim (se é que existe fim) pra esta breve história.
Uma história sem muita moral, mas muito leite.
Era isso.
Grande abraço.
E boa noite!
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