quinta-feira, 1 de novembro de 2007

ARTE AO EMPOBRECER

Aqui em Pelotas, "Capital interiorana da Cultura", existe um projeto que abre espaço no querido Theatro 7 de Abril às manifestações artísticas. Antigamente era chamado de Música ao Entardecer, depois passou a ser 277. Teve também o Arte Daqui, desenvolvido pela RadioCom e com muito trabalho do Glenio Rissio e do Dico Keiber também, no desenvolvimento dos CDs. Depois veio o Sete ao Entardecer. Toda terça-feira, às 18h30min, tem apresentação gratuita de bandas, esquetes e danças, cada dia com um grupo diferente. Mas embora seja um projeto do governo municipal, vejo que, muito aquém se sua obrigação, nada mais faz que assinar papéis e liberar o espaço, que é mais a casa de cada artista pelotense do que meramente um prédio da prefeitura.

Eu já fui a muitas apresentações, mas perdi muitas também. Marco Gottinari, Serjola Insaurriaga, Dico Keiber, Freak Brotherz, Giamarê, Caminhos de Si, Grupo de Dança Flamenca Olé, Michel Abelária, Sulivam Melo e muitos outros que me fogem agora, na pressa das letras, foram alguns que tive o privilégio de acompanhar. Em todos, uma coisa em comum: ninguém do poder público estava presente. Ninguém!
Quem conhece o 7 sabe que lá tem dois (ou três) camarotes reservados aos nossos políticos, representantes do poder público, e estes camarotes ficam sempre fechados à chave, impedindo que o público os acesse e tendo, assim, muita gente, que ficar em pé, pois o povo de Pelotas gosta, sim senhores de gravata, de espetáculos e tem lotado a casa.
Mas da esquerda pra direita, do Legislativo ao Executivo, nunca vi ninguém lá para dar apoio à arte da cidade. E esses políticos, recheados de demagogia e vazios de visão artística, virão, como sempre vêm em suas campanhas, dizendo que têm a solução para a cultura da cidade. Mas como eles saberão, se estão do outro lado do abismo?
Cada um só dá o que pode ter. Cadê vocês, senhor prefeito, vereadores, secretário de Cultura? Pelotas precisa que vocês saiam de trás de suas máscaras.

Um comentário:

Anônimo disse...

hermano Duda, fazem alguns bons anos que vou ao sete de abril, e também não me lembro de nenhum político(engravatado ou não) sentado nas cadeiras do nosso velho teatro, infelizmente isso não é nenhuma novidade, nem na época que o PT administrava a cidade não vi o Marroni, colocar os pés no Sete.
Mas manter fechado o camarote do prefeito e do secretário de cultura (quem é mesmo?) é no mínimo uma falta de respeito com os que se dirigem até o sete de abril.
abraço e gracias por tudo