sexta-feira, 17 de agosto de 2007

PELOTAS É HOJE!!!

Aqui em Pelotas, uma gama de sobrenomes falidos gosta de ressaltar a época das charqueadas, as oligarquias fantasmas, o que a Princesa foi... Acho a história um instrumento fantástico para sabermos quem somos e como chegamos a ser. Penso que um povo sem memória é um povo sem alma (acho até que alguém já disse isso, ou quase isso). Mas hoje, lendo um diário daqui, fiquei de cara! Por que não se fala dos saladeiros, onde escravos perdiam pés e pernas em infecções, quando não morriam... Por que ninguém lembra dos Capitães do mato, cargo público instituído a conhecedores de matas que perseguiam e matavam os negros quilombolas? Por que ninguém lembra do grande número de miseráveis que margeiam a cidade como sombras de um passado discriminatório e opressivo e apresentem propostas positivas de inclusão social em detrimento a presídios/lixeiras que se espalham ao longe? Poxa... tanta coisa pra falar da história e me vêm com igrejinha das charqueadas, com coluna social, com princesinha do Dunas???
Amo Pelotas... é minha cidade há uma década já. Curto as calçadas curtas, a galera esperta que rodeia a Federação Galláctica, a atmosfera cult e tantas outras coisas... Pelotas, na minha vida, foi um grande presente. Pena que na vida de tantos ela siga presa a um passado...

Mais que imperfeito...

Um comentário:

Anônimo disse...

Fala cumpadre,
semana passada tentei comentar esse texto mas não consegui postar. Enfim, achei legal essa visão de um nada estrangeiro poeta sobre a nossa cidade, das coisas que ficam estáticas por preguiça e inércia de quem pode e deve movimentar, mas infelizmente os apadrinhamentos políticos na grande maioria das vezes sempre colocam as pessoas erradas para gerenciar oque é de todos e não de um partido, prefeito, vereador e a burrice e o aculturamento dessa elite imbecil que ainda manda por aqui faz com que sempre dependamos de um burrocrata para assinar um papel.
Mas essa cultura viva, (e) cada vez mais viva é que vem pedindo passagem, pedindo? não, vem arrombando portas, derrubando conceitos falidos e ultrapassados que não tardam a cair como estavam caindo os prédios do centro histórico, ou como está caindo a caixa d'agua (francesa?)mas falo de coisas vivas e que se movimentam e querendo ou não estão ai bem na nossa cara como o Gente Boa do Kiko, como o Minifundio das gurias e o incrível batalhão de pessoas que silenciosamente trabalham para que a Princesa não seja apenas uma princesinha de contos de fadas ou da corte com suas baronesas e barões rotos, mas uma princesa de fato, uma cidade para todos e todas.
Dudinha um grande abraço do teu cumpadre
Ale