a ingmar bergmann
juntando os cacos do que sou no chão
milhões de rostos num espelho opaco
me diziam coisas que eu esquecia
de todas as faces do que fui um dia
sou muitos...
sou outros...
sou quem?
visto de perto sou igual a todos
visto de longe já não sou ninguém
sou pai, sou filho
sou um tal que foi
sou alguém que disse
um desses que fez
sou mil personagens
em um mesmo escopo
sou do tudo um pouco
procurando vez
[um ator que deixa seus papéis na estrada
esquece que sem eles
não lhe resta nada...
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