sexta-feira, 12 de outubro de 2007

A MAMAEZINHA DO T. F. CUSTÓDIO

...e nessa caixinha dourada aí, senhor Pereira, estão os restos mortais de minha mamaezinha, que foi cremada na Suécia!!!
Suécia?
Sim... pode ver... (sons de pedras de gelo... gole de uísque).
Hum... que interessante... Mas vem cá, senhor T. F. Custódio... Os pentelhos não queimaram? Tá uma pentelhama só aqui dentro da caixinha dourada de sua mamaezinha...
Pentelhama?
Sim sim... E tem também uma borrachinha de dinheiro, um papel de bala, uma moeda de cinco centavos...
Como assim? Deixe-me ver...

A Jurema, empregada da família, numa de suas varridas cotidianas, derrubou as cinzas da velha no chão, junto com a sujeira toda da casa. De pronto (e assustada), ela juntou tudo com a pazinha de lixo e colocou de volta à caixinha dourada da mamaezinha. Foi demitida naquele mesmo dia... Mas o que importava? Velha e lixo eram, agora, uma coisa só. O senhor T. F. Custódio bem que tentou separar o joio do trigo, tirando e jogando o pó sujo no jardim. Mas numa altura reparou que não sobrara nem metade de sua mamaezinha na caixa e, então, ele complementou com terra preta do mato.

...e nessa caixinha dourada aí, senhor Augusto, estão os restos mortais de minha mamaezinha, que foi cremada na Suécia!!! Fique à vontade... pode pegar...
Poxa... restos mortais... Hum... Sua mamaezinha comia girassol, senhor T. F. Custódio?

Nenhum comentário: