segunda-feira, 8 de outubro de 2007

UM QUASE

Respiro, enquanto o relógio na parede come as horas.
Penso, olhando pela janela, que penso. E nessa real irrealidade (ou seria irreal realidade?), neste jogo impossível de decisões entre o falso e o verdadeiro, procuro respostas a perguntas que talvez nem existam...
Um cortejo de princesa morta, uma criança que dorme no frio... Uma rádio russa das Ilhas Virgens tocando aqui, no e-canto da sala, no virtual mundo das informações onipresentes... que moram em lugar algum e estão sempre prontas...
E o que escolho, sou? E o que sou, escolho? E quando olho pra minha cara, no espelho, percebo, além dos olhos e do grande nariz centralizado, o quê?
Somos um grande controle remoto de carne, a buscar por nossas opções e a pagar o preço do cardápio requerido. Mas o controle já está insosso, pois não há muitas programações que valham a pena seus botões.

Ou eu morro, ou fico velho...
Pros meus netos, quase existirei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aumenta o volume.
Talvez escutes algo bonito.
Dá mais contraste.
Talvez percebas novas faces.