quinta-feira, 4 de março de 2010

2012


Ultimamente, muitas pessoas estão pensando e opinando sobre uma data, um ano específico: 2012. Virou moda e filme hollywoodiano; muitos charlatões começaram a explorar este assunto, preferencialmente numa temática apocalíptica e terrorista.
Eu estudo o sincronário maia desde 2005 e sei que passei por louco muitas vezes... mas como de maia e de louco todo mundo tem um pouco, segui minhas pesquisas pessoais até hoje, quando encontrei um vídeo que resume tudo o que acredito ser o ápice da transformação da psique humana e que explica muito melhor o que eu diria em milhões de palavras.

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O vídeo refere-se a um estudo de Daniel Pinchbeck e pode ser acessado no seguinte link: http://www.youtube.com/watch?v=tM9as4G4DzQ&feature=fvw
O texto, muito bem narrado e traduzido, foi transcrito e, abaixo, o reproduzo.

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As mudanças climáticas estão acelerando. O derretimento das calotas polares está excedendo as predições mesmo de um ano ou dois atrás. Dentro de 30 anos, 25% de todas as espécies podem estar extintas. Nossa civilização, como a construímos, é completamente insustentável. Isso tudo nos confunde, pois nessa sociedade afluente, vivendo-se num mundo moderno, numa grande cidade, você ainda tem acesso a tudo o que quer: os peixes vêm parar direto no seu prato, você pode comprar todo tipo de tecido ou produto vindo de qualquer lugar do mundo... então é confuso começar a ler e se informar sobre essas primeiras mudanças que estão acontecendo no planeta.
O que eu comecei a concluir em minha pesquisa foi esse conceito de que o tempo é muito central à crise na qual estamos. É realmente interessante parar para pensar nas metáforas que usamos quando falamos sobre o tempo. Falamos sobre o desperdício do tempo, passar tempo, ter tempo suficiente, estar sem tempo, tempo é dinheiro... Estamos sempre falando sobre o tempo como se ele fosse algo comensurável e dimensional, que ele está na nossa frente e podemos de certa maneira alcançá-lo. Mas cada vez que tentamos alcançá-lo, ele não está mais lá.
De certa maneira, é muito irônico, porque se pensarmos sobre a finalidade inteira de criarmos a civilização industrial e aprendermos a fazer tudo isso com tecnologia e máquinas, seria de que pudéssemos ficar tranqüilos e relaxados... é quase como se tivessem nos “passado a perna”.
A interpretação atual das culturas indígenas e tribais é de que elas continuam sendo baseadas em mitos, lendas e superstição. Mas pode ser que as culturas como as dos maias e outras culturas indígenas tenham tido seu próprio sistema de conhecimento, tão significativo quanto o nosso, mas que apenas estivessem interessados em aspectos diferentes da realidade da existência humana.

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Eu vim de uma educação secular materialista e freudiana, de um paradigma newtoniano e cartesiano, e eventualmente comecei a aceitar estar ignorando uma dimensão inteira da psique humana. Negligenciamos outras ideias ou mesmo pensar sobre elas. Pode-se demonstrar quantitativa e estatisticamente que a biosfera não está nada bem. Pode-se demonstrar quantitativa e estatisticamente que a nossa tecnologia continua a avançar e a mudar nossas possibilidades. Mas esse terceiro aspecto é sobre a nossa evolução psíquica: isso é algo que não pode ser comensurado ou compreendido estatisticamente. Alguém com pensamento puramente racional ou científico achará muito difícil aceitar que há algum tipo de mudança acontecendo na natureza da psique humana.
Em minha própria vida e na vida de muitas pessoas que conheço parece haver um aumento incrível na nossa percepção da sincronicidade. Então se você tem uma intenção sobre algo ou por exemplo tem algo em mente, você começa a ter um nível mais rápido de manifestação. É quase como se a separação entre o psíquico e o físico estivesse se tornando mais fina, mais permeável, mais sutil. A hipótese que desenvolvi em meu livro e que continuo a desenvolver é que estamos no ápice da descoberta de um novo nível de desenvolvimento da consciência humana. A maneira que vejo este período de agora até 2012 é como uma janela de oportunidades para catalisação da transformação da consciência global.

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Nós temos uns cristãos fundamentalistas nos EUA que estão pensando sobre arrebatamento e apocalipse, mas tudo de uma maneira muito literal e negativa. O apocalipse significa, literalmente, revelação ou descoberta, ou seja, ao invés de ser destrutivo, ele é apenas o momento em que tudo vem à tona ou se torna disponível. Assim, esse processo apocalíptico seria a vinda do seu estado maior de ser à auto-realização consciente.

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Muitas pessoas, confrontadas com o paradigma de 2012, podem se tornar passivas. Podem achar que se ficarem viajando, doidões, entrarem na onda do calendário maia, ou participarem uma vez ou outra de uma sessão de candomblé ou pajelança que serão salvos, que estarão numa boa quando a merda e o ventilador se encontrarem. A maneira de como eu vejo isso é totalmente diferente: eu acredito que a transformação da sociedade é responsabilidade de cada indivíduo perante a situação planetária e a reorientação de sua energia psíquica para o processo positivo de transformação. O filósofo Nietzche falou que “a ação cria o criador”, quase como uma reflexão. Então, é lidando com a situação que desencadeamos no planeta que chegamos a essa evolução da consciência humana; e se não lidarmos com essa situação, acabaremos em maus pedaços.
Como podemos fazer a transição para uma sociedade sustentável em tão pouco tempo e como podemos transformar tudo isso em algo positivo?


DANIEL PINCHBECK, autor de 2012 – A revolução de Quetzacoatl.

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