sábado, 30 de abril de 2011

MACÔCO E A ETERNIDADE


O Fred Chico Madri partiu e toda beleza do lugar foi perdendo o brilho.
E a vida é uma estrada que nunca volta.
Só vai.
E ela se fez trilhos diferentes a todos que naquele espaço se encontravam.
Onde era grama, cresceu mato.
Onde era mato, fez-se casas.
E a alegria e o contentamento mostraram que independem do local, elas querem é curtir a mente.

[e a mente é o ponto onde o homem se encontra com a eternidade.

***

Todas as coisas do Fred a família pediu.
E coisas são coisas, fadadas ao perecimento.

[e o que são coisas a uma mãe que perdeu seu filho?

O amor de mãe é o único que nunca se desgasta, por isso é o mais verdadeiro.

***

Mas, depois de um ano, voltei lá.
Uma visita.
E eu temia se iria encontrar comigo mesmo.
Porque de uma obra inacabada, nunca se sabe se as ruínas estavam subindo ou se estavam descendo.

***

Caminhei sozinho.
Encontrei um único objeto deixado pelo Gordo.
Um macaco artesanal.
Feito de côco.
Macôco.
O guardião das noites do Fred.
Que ele trouxera numa viagem e que sempre fora o seu animal predileto.
Seu animal de poder.
O Fred-Gordo-Macacão.
E ele agora fica no canteiro do Jojô.
Olhando pra casa.
Como quem cuidasse de nós.
Pensando o quanto chato deve ser a eternidade.
E o quanto pode ser eterno um momento tão pequeno.

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