terça-feira, 16 de setembro de 2008

CENTRO DO MUNDO


Ele dobrou a esquina e o ambulante já o abordara, vendendo cinto. Vendendo rede. Vendendo carteiras de couro para pôr dinheiro e cartões de crédito. Vendendo seu tempo...
Ele disse não e seguiu, até atravessar a rua. Entrou numa banca, comprou um jornal pra ver se o mundo ainda não havia terminado... Ah sim, passou pelas esportivas... na verdade, começou por elas... lia sempre de trás pra frente... Mas leu-o somente no bar, sentado, onde se questionara, depois de ver as notícias do Iraque, se não era ele, ele mesmo, o mesmo que ali, sentado, tomava uma cerveja preta de uma fábrica de Estrela, se não era ele o centro do mundo...

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