sexta-feira, 19 de setembro de 2008

GATINHO DE RUA


O Waldomiro era o capeta com a bola no pé... Sem ela também... E talvez seja por isso que seu talento futebolístico nunca fora descoberto por nenhuma grande máfia do soccer: ele adorava cachaça, mulher e jogatina.
Mas no domingo, dia de pelada no campinho do viaduto, era sagrado: podia estar chovendo... podia haver ressaca... nada impedia o Waldomiro de correr com a 7 do Rapidão Cometa (que não era o nome do time, já que nome o time não tinha... Era o time do Waldomiro, digamos assim. Rapidão Cometa era o patrocínio da transportadora que estava estampado nas costas dos atletas do alvi-rubro bairrense).
Mas num domingo fatídico o Waldomiro inventou de brilhar pra cima do Moto-serra. O Moto-serra, diga-se de passagem, era um zagueirão deste tamanho que corria também pelos domingos do viaduto, só que no time adversário do Waldomiro. E naquele, bem naquele domingo, o Waldomiro estava endiabrado. Dois balõezinhos, janelinha, duas meia-luas e um monte de saracoteada pra cima do Moto-serra só podia dar nisso.
Na TV o Moto-serra chorou... falou que perdeu o emprego... falou da mulher que o traíra... falou da mãe doente... Mas não adiantou nadica: a galera, na maior parte torcedora do Rapidão Cometa, louca da vida com o Moto-serra, nunca entendeu os reais motivos dos três tiros que ele deu no Waldomiro...

Futebol é futebol, e vice-versa.

Um comentário:

Andréa Schönhofen disse...

que massaaaaaaa, Duda! ou deveria dizer: que MASSA crada, hehe.
Vamo-que-vamo!