terça-feira, 13 de abril de 2010

UMA CANETA


Uma nuvem passou
Desenhando o azul
Os hibiscos e paineiras
Pintam de rosa o chão
Pássaros desenham com seu voo o céu
E até as lesmas
[e os caracóis

Escrevem torto pelas linhas retas.

***

João escreveu
Numa porta de garagem
Recado a um alguém
"Proibido estacionar"

Outros homens fazem leis
Preceitos poibitivos
Ou escrevem ameaças
Aos políticos da câmara...
Palavrões, insultos, notícias de morte...

***

Uma manhã
Uma carta de amor
Um bilhete deixado para a mãe
Sobre a cômoda de perfumes...
Uma velha caneta, com palavras potenciais,
Revela ao mundo o quanto a boca fala...
Perambula em idiomas, quebra regras ortodoxas e ortográficas
Deschaveia a mente,
Quebra a corrente,
Solta a essência do ser...

Uma caneta
[singela que seja
Não expõe apenas o que és
Se não o que o mundo é
Através de ti.

Nenhum comentário: