quinta-feira, 15 de abril de 2010

VIRTUALISMO CRISTÃO


Hoje o cara me falou que era o segundo melhor entre seus amigos no jogo Mini Fazenda, um software onde ele tem uma identidade (ID), planta, colhe, vende, lucra, ara, planta de novo, rouba do vizinho (outro ID) e tal... tudo ali, na frente do computador.
Eu achei uma viagem isso... Os caras botam o celular despertar de madrugada porque é hora de catar os ovos ou de tirar o leite... Enxada de verdade eles não querem?

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Outro software te dá um bebê para cuidar, trocar fraldas, dar leite, mimar... E na Coréia, um casal perdeu a guarda do filho de 3 meses que subnutriu por ficar abandonado por 3 dias em casa enquanto os pais cuidavam do bebê virtual no ciber.

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A menina que queria ser minha amiga no orkut não me cumprimenta no corredor.

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A net, ao mesmo tempo que aproxima, constroi solitários. Companhias virtuais... solidão real. As crianças de hoje já não dizem bom-dia... e o melhor amigo me deixou e foi pra casa conectar para ver se me encontra de novo... O eu real é muito impertinente... Ele prefere o eu virtual. Então acende-se as luzinhas... palavras aqui são mais suaves... a rede é boa, não estou sozinho... quem morre é sempre o outro e eu estou matando o tempo aqui, parado, procurando por pessoas irreais, personagens com IDs, que dizem ser o que queriam ser, que anexam fotos bonitas de seus momentos de lazer e que acham que o mundo é um endereço eletrônico...
Comi um morango colhido do pé... um sabor só seu... tomei um banho de rio e fiz um fogo, com gravetos, no chão. Olhei pro céu... havia estrelas... sempre há... aqui... no lado de fora da net.

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